Não sei ao certo qual é o problema com Oceania, novo disco do Smashing Pumpkins. Tem uns redemoinhos de guitarra bacanas ("Glissandra", "Quasar"), lindos arranjos de cordas ("The Celestials"), riffs potentes ("Inkless") e baladas bem feitinhas ("Oceania"), mas acho que o álbum não prende tanto a atenção porque Billy Corgan (agora sozinho no projeto) já não me surpreende mais. É compreensível, acredito ser uma tarefa ingrata se reinventar a cada disco - e este já é o oitavo.
Oceania não deve desapontar os fãs da banda, mas dificilmente vai arrebanhar novos seguidores numa quantia significativa. E também nem é culpa de Corgan, e provavelmente ele não está nem aí com isso. A questão é o que mudou à sua volta nos últimos anos, acho eu. Rádios, MTV, internet... e olha que o álbum estreou em quarto lugar no paradão da Billboard - se isso ainda quer dizer alguma coisa. Difícil é não ficar pensando nos momentos mais criativos de Billy Corgan, com letras desafiadoras ("Disarm"), vídeos fantásticos ("Tonight Tonight"), o indie colidindo com o pop ("1979"), e a ousadia de lançar um álbum duplo conceitual (Mellon Collie and the Infinite Sadness, 1995) e vê-lo passar de dez milhões de cópias. Ainda assim, Oceania é um bom disco de rock, tem bons momentos. E só pelo fato do Smashing Punkins (ainda) não ter se tornado um cover de sí próprio, já é motivo pra dar uma chance pra esse bom pedaço de rock alternativo vindo de Chicago.
"Glissandra": Smashing ainda relevante?
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