Os narizes semi torcidos da crítica para Amnesty (I), quarto álbum do Crystal Castles, justificam-se para quem esperava algo realmente novo no som produzido pelo canadense Ethan Kath. Teoricamente, já seria hora de mudar, fundir, arriscar alguma coisa que fizesse com que sua música soasse diferente, mas igual. Que reverberasse com toda fúria habitual, mas que trouxesse alguns elementos até então inéditos nas canções. Que a dupla se mantivesse perto do padrão usual, identificável à distância, só que diferente. Difícil, não? A intelligentsia então, passou a dizer que as onze faixas de Amnesty (I) estão irremediavelmente datadas, previsíveis e que Kath e a vocalista substituta de Alice Glass, a competente Edith Frances, finalmente estão acomodados na zona de conforto.
Há, porém, gente que ouve o disco e percebe que os ataques não perderam um décimo da potência, que o que se criou foi uma identidade que torna a música do duo excitante e desafiadora, sem deixar de ser - em certos momentos - acessível e impactante. E os carimbadores de rótulos não param: chamam isso de Witch House, Electropop, Synthpunk... tudo pra tentar jogar a eletrônica sem freio do Crystal Castles em um universo desajustado e oblíquo - agora, segundo eles, perdido na vala comum das obviedades pop. Besteira. Ethan Kath continua afastado da mediocridade. E continua fazendo ótimos discos.
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