Alguns artistas deveriam pensar com carinho se vale mesmo a pena lançar um álbum ou se seria melhor concentrar as boas idéias nos singles. Caso do Disco Biscuits, banda de rock com tiquezinhos eletrônicos da Filadélfia. Não é que "Planet Anthem", o disco que eles acabaram de soltar no mercado, seja tão ruim. Ele tem bons momentos. Dois, pra ser mais exato. A faixa de abertura "Loose Change", com seu riff preguiçoso de guitarra e seus vocais chapados no melhor jeito Shaun Ryder de ser, é um deles. O mix de guitarras com batucada dance da faixa funciona tão bem que depois de ouvir algumas vezes bate até uma saudade do The Farm. A outra canção digna de nota é a viciante "On Time". Aqui a levada de baixo vai serpenteando junto com a genial programação de bateria e os teclados vão subindo devagarinho na ponte pra um dos refrãos mais ganchudos que ouvi nos últimos tempos. E era isso. Se você ainda quiser pescar algo interessante, talvez encontre na climática (sem trocadilhos) "Rain Song" e no funk étnico de "Uber Glue", perdidas no meio das outras treze faixas. O que estraga o álbum são as tentativas disco-punk mal-sucedidas da trinca "You And I", "Sweatbox" e "Save Your Soul" e faixas completamente sem sal como "Fish Out Of Water" e "Big Wrecking Ball", rockzinhos sem a menor inspiração. As duas melhores faixas desse álbum já saíram no EP "On Time" do ano passado. É nele que se resume o que há de realmente bom em "Planet Anthem".
"On Time", The Disco Biscuits
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