Alison Goldfrapp colocou paletó e gravata nos seus sintetizadores e agora soa como a Olivia Newton-John do século 21. Não que isso seja ruim, mas num mundo synthpop povoado por La Roux, Little Boots e Ladyhawke, periga seu novo álbum "Head First" (de belíssima capa) não causar metade do impacto que o impressionante debut "Felt Mountain" causou em 2000. Com produção do veterano Pascal Gabriel (que já trabalhou, veja só, com Little Boots e Ladyhawke) e do promissor Richard X, "Head First" é uma ótima coleção de canções pop eletrônicas, e tem pelo menos mais dois hits em potencial (além da já estourada "Rocket"): uma mais com cara de hit de pista remixável ("Believer") e outra uma pop song perfeita pro airplay das rádios ("Alive"). "Dreaming" é outra amostra de como o duo Alison/Will Gregory sabe quando apertar as teclas certas. Escorregadas são a faixa-título, uma baladinha tecnopop adocicada e "I Wanna Life", onde a coisa derrapa mesmo pro lado kitsch do pop oitentista. E nada me tira da cabeça que a faixa que encerra o álbum, "Voicething", foi amplamente inspirada no clássico eletrônico-abstrato "O Superman", single lançado em 1981 pela performática Laurie Anderson. Faz sentido.
"Rocket", primeiro single de "Head First":
"O Superman", de Laurie Anderson:
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