"... talvez
a decadência tenha evoluído a partir do culto do DJ, quando qualquer um
podia regurgitar a essência do rock ‘n’ roll revitalizando todos os
clássicos do funk dos anos 70, colocando algumas bobagens de rap em cima
e chamando isso de seu próprio trabalho. A música moderna não é mais
vista como uma forma de arte? Ou é agora só mais um negócio?"
O trecho acima foi extraído de um artigo que Alan Wilder, ex-tecladista do Depeche Mode, escreveu para a revista virtual Side-Line, em 2008. O texto foi traduzido por Jeovane Cazer no site Música Para As Massas, e vale muito um confere. Estranhamente, lembrei do que Alan escreveu depois de descobrir o vídeo abaixo. Nele, há algumas fontes dos samples que o Daft Punk usou para compor o álbum Discovery, de 2001. Alguns são quase imperceptíveis, outros óbvios demais. Acontece que fiquei meio desapontado com a dupla francesa depois de ouvir isso. Então é assim? Chupa a base inteira da obscura "Cola Bottle Baby" de Edwin Birdsong pra montar "Harder, Better, Faster, Stronger" e chama de sua música? Ou o talento do Daft Punk é justamente transformar canções completamente esquecidas como essa em megahits planetários? Gosto do Daft Punk, mas confesso que pra mim tem mais graça quando os samples são praticamente irreconhecíveis e não tão na cara quanto os de Discovery.
Nas pistas então, tem músicas inteiras liderando o top 10 do Beatport feitas em cima de coisas supostamente desconhecidas.
ResponderExcluirDigo supostamente porque pegam uma faixa disco alemã dos anos 70 e regurgitam numa faixa pro público americano de hoje. Aí o Brasil vai e copia.
Isso me lembra que preciso urgente dar outro pulo em Berlim e conferir o que rola na noite da Berghain.
Gente fina é outra coisa.
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