Em 2008 Seal lançou Soul, seu primeiro álbum de covers. O disco era composto por clássicos do gênero (como assim "que gênero"? O soul!) e o resultado foi um estouro: ouro, platina e diamante mundo afora (só na França ficou 13 semanas consecutivas em primeiro lugar, vendendo mais de um milhão de cópias). Alguma dúvida que esse projeto bem sucedido teria uma continuação? Pois aí está Soul 2, e de novo Seal mete a mão na obra alheia sem a menor cerimônia. Se você se considera um entendedor médio de música pop, já é o suficiente pra conhecer mais da metade das músicas do repertório desse álbum. É sério. Mesmo que não seja a versão original. Essas canções de Soul 2 já foram regravadas dezenas de vezes, e Seal - bom cantor que é - até que não faz feio. Mesmo com sua voz semi-rouca ele canta docemente "Ooh Baby Baby", hit de 1965 do The Miracles com Smokey Robinson nos vocais. Do grupo Rose Royce, Seal pescou duas faixas: "Wishing On A Star" (aqui no Brasil a canção foi sucesso na boa versão das Cover Girls) e "Love Don't Live Here Anymore"; de Al Green catou a obra-prima "Let's Stay Together", do Chi-Lites deu uma xerocada competente em "Oh Girl" e do indefectível Marvin Gaye, ousou encarar o monumento "What's Going On". Também, com uma produção gabaritada de dois caras como Trevor Horn e David Foster, até eu lançaria um disco desses. Saca o arranjo de Foster para "Back Stabbers" (original dos O'Jays), que maravilha - dos backings à percussão, das cordas aos metais, um luxo. Já Horn lambuza "Love T.K.O." (Teddy Pendergrass) com um baixo escorregadio e cordas melosas. Tenho certeza que um público muito além dos fãs de Seal vai cair nessa de novo com Soul 2, porque de fato tudo aqui é bem feito e as pessoas não estão nem aí se os originais são insuperáveis. Fora que o programador da Antena 1 vai ter material do Seal pra tocar pelos próximos dois anos.
"Ooh Baby Baby": Seal bico doce.
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