Quando os estúdios jamaicanos descobriram o sampler lá no meio dos anos 80, o baixo e a bateria ganharam um novo sentido no reggae. Foi nessa época que surgiu o movimento dancehall - espécie de subdivisão do reggae com farto uso de batidas digitais, sintetizadores e linhas de baixo nunca imaginadas até então.
Mark Anthony Myrie - o Buju Banton - começou a gravar nesse período, e estabeleceu-se como um dos principais artistas do gênero. Saiu agorinha uma coletânea que cobre parte desse período (The Early Years Vol. 2 - The Reality Of Life). É a segunda compilação que vasculha o extenso catálogo de Banton e serve pra apresentar o trabalho do jamaicano à novas audiências e também aos fãs que não devem ter disco novo dele tão cedo: Buju foi condenado pela justiça americana à dez anos de prisão (que ele cumpre até 2019), acusado de tráfico de drogas e posse de arma de fogo. Bom, tretas à parte, o cara é bom de microfone, inegavelmente, e aqui você encontra várias daquelas linhas de baixo gravíssimas que caracterizam seus principais hits. Sei, ele também tem uma postura homofóbica condenável, mas nesse caso, o que sai das caixas e o poder dessa música em induzir ao movimento é o que vale. É um argumento bobo, mas não é porque eu gosto de, por exemplo, Rage Against the Machine, que vou sair tacando fogo em tudo.
"Want It": Twiggi acalma a fera.
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