Clichezão: "_ Ah, só curto o Roberto Carlos dos 60 e da primeira metade dos 70. Depois disso, ele virou galã da menopausa. Fez música pro caminhoneiro, pras gordinhas, baixinhas, encheu os arranjos com sintetizadores de churrascaria..." Já ouvi isso dezenas de vezes, e OK, é um argumento aceitável. Mas o Rei tem um repertório de hits tão incrível que dá pra deixar um pouco de lado sua carreira recente.
O namoro de Roberto com a música de pista moderna começou em 1994, com o lançamento do single promo Se Você Pensa Remix'94, que trazia versões house do sucesso feitas pelo habilidoso Marcello Mansur, o DJ Memê. Fora um ou outro aventureiro que meteu a mão na obra do cantor, a coisa mais consistente lançada foi o remix de "O Calhambeque", de 2005, construído pelas mãos talentosas do XRS Land, do nosso Xerxes de Oliveira. Originalmente, é uma canção de É Proibido Fumar, álbum de 1964 e que, por sua vez, é uma versão de "Road Hog", do cantor americano John D. Loudermilk (1962). É bobinha, vai, mas era começo dos sessenta, lembre-se. Acontece que a melodia e a levada de violão parecem ter nascido pro beat nervoso do drum'n'bass de Xerxes. Uma tijolada que foi parar na coletânea Dub Club - Picked From The Floor, lançada pelo selo G-Stone Recordings, de propriedade da dupla austríaca Kruder & Dorfmeister. Pode ter virado iguaria exótica na gringa, mas aqui - com o perdão do trocadilho fraco - "O Calhambeque" derrubou tudo pela frente. Anotou a placa?
"O Calhambeque" (XRS Remix): combustível para as pistas.
"O Calhambeque" (XRS Remix): combustível para as pistas.
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