quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

(EP)pur Si Muove

Será que os Extended Plays vão virar a plataforma preferida pra agrupar faixas daqui pra frente? Esse ano foi uma balaiada deles, especialmente entre artistas de dance/eletrônica. Aliás, qual a importância da mídia física atualmente? Com rumores de que o fim do CD está programado pra 2012, nem sei se o formato ainda faz alguma diferença hoje em dia. Certamente o indestrutível vinil vai resistir, mesmo com vendas não muito expressivas para o mercado fonográfico. Acho que a divisão entre single, EP e álbum é uma questão meramente técnica, serve só pra juntar músicas num mesmo trabalho sob um título comum, porque do ponto de vista mercadológico, tanto faz - já que dá pra comprar as canções soltas nos sites especializados. De qualquer maneira, os EPs continuam pipocando por aí. Três deles que me chamaram atenção recentemente:

Kris Menace > E-Love EP
 
Progressive house ou space disco? Na verdade um pouco de cada nas quatro faixas do EP do alemão Christophe Hoeffel. Sem vocais e com camadas e mais camadas de sintetizadores valorizando os arpejos (especialmente na faixa-título), Menace ruma para o alto e avante em "Mockingbird" e salpica um baixo de inspiração disco em "1995". Além de remixes escolhidos a dedo, Kris Menace mostra que o seu trabalho autoral está longe de ser descartável.

"E-Love": pra orgulhar Giorgio Moroder.



Tim Deluxe > Transformation EP

Nome prestigiado na cena dance inglesa, Tim Liken aparece no final do ano com um monstro house com 12 minutos de pianos ensandecidos ("Transformation"), uma quebradeira techno com destino incerto ("Lucid Dreams") e um garage ("Horizon") sensacional impulsionado por um riff de sax incisivo e uma base toda montada com percussão e timbres de órgão iguaizinhos aos imortalizados por Robin S. no clássico "Show Me Love" de 1993

"Horizon (New Day)": vai ser hit de pista, fácil.



Marco Bailey > Oriental Concept EP

Ele é posudo e meio metido a besta, mas o belga Marco Beelen até que elabora um mix entre techno e house bem decente e suingado. Seu Oriental Concept EP traz a ótima "Lotus": a original cheia de blips tipo Booka Shade e o remix dando aquele gás no bumbo pelo alemão Alexander Kowalski. Vale um confere ainda no bassline sofisticado e no riff de teclado viciante de "K4West" e na hipnótica "Oriental Disco".   


"Lotus":  eficiência em BPMs de techno.




2 comentários:

  1. PUTZ! Ótimo review! Tb tenho uma nostalgia pelos formatos físicos, mas desde que o vinil resista, acho CD até meio dispensável, vide o "EP" (single?) do Martin Gore com o Vince Clarke, "SPOCK" (VGMG) que só vai sair em formato digital e vinil.
    Aliás, to esperando a sua crítica deste. é bem techno, bem fritação europeia. bem música pra se ouvir num club sem nem se perguntar o que está tocando.

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  2. Rapái, já vazou o single do VCMG? Dia desses ouvi uns trechinhos picotados na Amazon alemã (se não estou enganado) mas não deu pra sacar muita coisa não... Procurarei, resenharei! Abrasss, Daniel!

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