quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Durable Mode



Cara de malvado e dedo em riste: Depeche Mode 2013.
"Quando você procura um hit single, vai atrás de uma faixa que seja mais acessível que o resto, porque quer atingir mais gente. Queremos que o máximo de pessoas compre nossos discos. Qual o sentido em lançar um disco que vai ser comprado por umas cem pessoas?"

Andrew Fletcher, 1989
 

Andy Fletcher - o homem de negócios do Depeche Mode - mudou muito de 24 anos pra cá. Aliás, tudo mudou: o mercado da música, a maneira como a consumimos, e principalmente, a banda mudou. As escolhas recentes dos singles lançados pelo trio inglês já não parecem mirar o Top 20. "Wrong", do disco anterior Sounds of the Universe, teve o pior desempenho comercial da discografia do grupo para um single inicial de um álbum de estúdio. Isso, pra uma banda que sempre vendeu mais compactos do que álbuns, seria preocupante. Seria. O Depeche tem uma base de fãs tão sólida, que o conceito de "atingir o máximo de pessoas" urdido por Fletcher no século passado, já não faz mais sentido. Os singles hoje para o Depeche funcionam tão somente como cartão de visitas. "Heaven" certamente vai figurar em muitas charts - e isso já é louvável, porque é alternativa demais pra rivalizar com astros pop da atualidade. Trata-se de um lindo pedaço de blues eletrônico envolto em algumas das temáticas preferidas do compositor Martin Gore: amor, religião, relações. Faz jus às melhores canções do Depeche do período Violator/Songs Of Faith and Devotion, não por acaso, porque o grupo vem dizendo que o próximo álbum Delta Machine, bebe exatamente nesta fonte.     


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