1997 foi um ano incrível pro pop. Pra facção que explorou a eletrônica experimental e/ou dançável (Depeche Mode, Chemical Brothers, Björk, The Prodigy e Daft Punk), a sofisticação do R&B (Tony Braxton) ou o dance-pop (Spice Girls), parecia improvável que, na contra mão disso tudo e buscando referências oitentistas numa época em que o revival dos 80 ainda nem estava pegando forte, o Savage Garden fosse vingar. Claro que o som tramado pelo vocalista Darren Hayes e o multi instrumentista Daniel Jones tinha quase nada a ver com as bandas acima, mas a dupla australiana debutou com um álbum que vendeu absurdamente (mais de 12 milhões de cópias, segundo a Billboard) e provou estar certa com sua proposta de nadar contra a maré pra retornar ao pop sem o menor pudor de reverenciar a década que o bom gosto esqueceu (como adoram citar os detratores). A ousadia valeu a pena. O disco de estreia, autointitulado, rendeu nada menos que oito singles. OK, cinco deles saíram apenas na Australia, Japão e em alguns países da Europa, mas é um bom termômetro pra sacar o potencial das canções. E Savage Garden, como produto pop, é sensacional. Entre esses singles, está minha faixa preferida da dupla, "To The Moon and Back". Tem um pouco de tudo aí - A-ha, INXS, Tears For Fears - e gruda fácil. Isso, somado ao apelo visual de Hayes, catapultou a banda aos primeiros lugares do difícil mercado americano, onde o single seguinte "Truly Madly Deeply", bateu no topo do Hot 100 da Billboard. Som cafoninha, mas delicioso.
"To The Moon and Back": pop irretocável.
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