O U2 flerta com a música de pista desde o século passado. Começou com o remix de François Kevorkian para “New Year’s Day”, em 1983 e tornou o relacionamento mais sério com o 12” promocional 3D Dance Mixes, de 1988. A consolidação do interesse da banda na então emergente dance music ficou clara com o álbum Achtung Baby, de 1991: no riff psicótico de guitarra e nas batidas hip-hop de “The Fly”, no baixo funkeado e na percussão de “Mysterious Ways” e no inesquecível remix de Paul Oakenfold e Steve Osborne para “Even Better Than The Real Thing” (melhor que a versão original). Dali pra frente, remixes e colaborações com DJs e produtores do gênero tornariam-se cada vez mais frequentes na carreira dos irlandeses.
Com esse background todo, não deve ter sido com muita surpresa que os fãs receberam o single "Discothèque", lançado pela banda no comecinho de 1997. Produzida por Flood (New Order, Smashing Pumpkins, The Killers, Depeche Mode), a faixa não consegue sair do engarrafado entroncamento techno/rock alternativo e acho que essa indecisão desagradou os admiradores de ambos os gêneros. David Morales, Howie B e Steve Osborne tentaram readequar a canção para os clubes, mas os remixes não são dignos de nota. Acho que, no final das contas, não há remix que salve o hedonismo meio forçado de "Discothèque". Fora que aquela coreografia Village People é constrangedora.
"Discothèque": micoreografia.
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