Fatima Yamaha é um projeto de house e electro do holandês Bas Bron que não é lá muito prolífico em relação a sua produção. São onze anos de distância que separam o primeiro (2004) do segundo single (2015), até que ele resolvesse gravar um álbum. Agora em 2017, Bron retorna com Araya EP (Dekmantel), com um som que preserva as características de sua pequena e curiosa discografia, até aqui.
Araya tem a faixa título estendendo-se por seis minutos de tech house sci-fi instrumental, com arpejos sustentando os belos timbres de sintetizadores old school e condução rítmica 4x4 (usando o velho truque das palmas na caixa), que deixa tudo com cara de space disco à la Cerrone/Patrick Cowley (e funciona).
"Piayes Beach Bar and Grill" tem um ritmo mais engrenado - culpa do baixo sintético funkeado, mas monocórdico - e uma cama macia de teclados esvoaçantes em segundo plano. O pecado aqui é o timbre meio estridente do sintetizador que vai solando durante a faixa, que quase põe tudo a perder. Já a desnecessária "Romantic Bureaucracy" tem cara de lado B, mesmo: sons de piano bem reais na base, mas um teclado irritante no tema principal.
A julgar pelas três faixas de Araya EP, até que Bas Bron não está tão errado em lançar seus discos sob o pseudônimo Fatima Yamaha de forma homeopática. Sorvidos aos poucos, os EPs descem redondinho. Já um álbum inteiro (Imaginary Lines, de 2015) deixa um indelével sabor retrô na garganta que não significa exatamente que a experiência foi boa.
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