A ascensão do Klaxons foi meteórica. Os ingleses apareceram por volta de 2005 e gravaram uma série de compactos em vinil 7" por diferentes selos até chegar a um contrato com a Polydor e ver seu álbum de estréia, o elogiado Myths Of The Near Future de 2007, vender quase 300 mil cópias na Inglaterra. Muito paparicado pelo NME que popularizou o termo New Rave e praticamente o associou ao Klaxons, a banda tem ótimos singles como o frenético debut "Gravity's Rainbow", a macumbeira "Magick" e a doce "Golden Skans". O novo álbum, Surfing The Void, sai dia 23 de Agosto e mostra que eles não mudaram nadinha - o que pode ser bom e ruim. Pra quem curte aqueles vocais dobrados o tempo todo (eu, por exemplo) e a pegada bem enérgica da banda, é legal que eles tenham mantido isso como identidade. Já quem não suporta os instrumentos achatados numa massaroca sonora caótica e distorcida, vai ter motivos de sobra pra detestar várias canções, e encontrar na faixa-título o maior expoente de tal defeito. Honestamente, não acredito muito nos rótulos new rave e dance-punk atribuídos ao Klaxons, a não ser pelo fato dos singles da banda sempre conterem remixes e isso os ligar à uma pista de dança. Ouvindo Surfing The Void assim, cru, não dá pra imaginar essa ponte indie/dance. Há boas músicas aqui, caso do climão épico de "Echoes", momentos de ataque mais moderado ("Valley Of The Calm Trees" e "Twin Flames"), energia canalizada ("Flashover") e psicodelia regada à teclados vintage ("Future Memories"). No final das contas, acho que o problema mesmo é que ouvir Surfing The Void inteiro, cansa. Fora que essa capa do gatinho astronauta é lamentável.
Nota: 6
Pra quem gosta de: Crystal Castles, Hadouken!, New Young Pony Club
Links: Site Oficial, MySpace, Twitter
"Echoes":
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Lições De Uma Plástica
Dessas dance tracks que a gente descobre quase sem querer e grudam por dias a fio. O Human Life é um trio de Los Angeles, Califórnia e "In It Together" - em sua versão original - é um electro pop houseado com um (ótimo) refrão de inspiração ítalo. A faixa de estréia da banda já tem mais de dez versões retrabalhadas por gente grande como o prolífico Kris Menace e seu remix electro-comportado. A visão de Jaymo & Andy Georges ("Moda Mix") é meio neurótica e cansativa, "Acid Girls Remix" distorce os vocais e faz rodar somente o trecho "in it together" em diferentes velocidades sem muita criatividade, mas que ao menos não apelou pro auto-tune e pros efeitos Atari como a versão do Louis La Roche. "Lazy Flow Going To Dutch Remix" ameaça transformar a música em hit de baile funk. A baleárica "Pelifics Remix" deixou tudo cheirando a Ibiza, "Moonchild Remix" conseguiu encaixar um bom baixo disco (e só), enquanto "Underhall Remix" deve fazer a festa dos admiradores dos esteróides anabolizantes nas raves tranceiras mundo afora. A surpresa aqui é o remix creditado aos australianos do Polygon Palace. A versão é tão, tão boa, que supera o original. A dupla de Melbourne potencializou as batidas, jogou synths mais enérgicos e deixou tudo num clima tão contagiante que até dá pra esquecer dos vocais que são algo muito, muito próximo do que era o falsete do Bono Vox fase "The Fly".
Versão original:
Plástica bem-sucedida pelos Pitanguis da Austrália, Polygon Palace:
Versão original:
Plástica bem-sucedida pelos Pitanguis da Austrália, Polygon Palace:
domingo, 8 de agosto de 2010
Monarchy
Não fosse a possibilidade do Hurts lançar seu disco até o fim do ano, já consideraria Monarchy o melhor disco synthpop de 2010.
Leia resenha completa no rraurl: http://rraurl.com/resenhas/7602/Monarchy_-_Monarchy
Nota: 9
domingo, 1 de agosto de 2010
Solidão Que Nada
Procurando alguma trilha pro seu ritual de acasalamento nesses dias invernais? Há uma boa chance disso aqui funcionar. Depois de dois EPs, You Are Found é o primeiro disco da cantora e compositora Erin Lang. Apadrinhada por Roger O'Donnell (ex-tecladista do Cure), a canadense explora o filão do pop acústico com toques leves e precisos de eletrônica, algo que pode ser definido como electrofolk. A voz de Erin é tão delicada e etérea que seus sussurros vão ficando quase inaudíveis e por pouco não somem por completo em faixas como "Lightning". Ás vezes ela canta como se fosse seu último suspiro em faixas lânguidas como "Empty" (amparada por um cello no refrão) ou "Daisy" e sua guitarra monocórdica. Produzido pelo alemão Mario Thaler (que já trabalhou com o Lali Puna) e lançado em Maio deste ano, You Are Found tem alguns momentos criativamente forrados com ruídos, cliques e estalos digitais ritmicamente organizados - o que o aproxima da estética glitch - especialmente em "A Thousand Years" e "Until Then", e ainda algumas amostras de pop doce e ensolarado como "Now" e a perfeita "You're Better Off", já bem colocada no meu ranking de mais ouvidas do ano. Ouça de boca fechada.
Nota: 8
Pra quem gosta de: Badly Drawn Boy, Beth Orton, Ellie Goulding
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"You're Better Off":
Nota: 8
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"You're Better Off":
Sem Síndrome de Peter Pan
Estes rabiscos simplistas aí à esquerda são a capa de "Where I'm Going", novo single dos australianos do Cut Copy. A música precede o álbum que está sendo gravado e deve ser lançado em Janeiro do ano que vem. A parte boa é que ela está disponível pra download gratuito no site do trio. A parte ruim é que parece que o Cut Copy está em franco processo de adultização do seu pop mezzo eletrônico mezzo indie. Em "Where I'm Going", a banda resolveu investir numa levada que o MGMT abandonou já no segundo disco, ou seja, uma espécie de neo-psicodelia não tão cabeçuda quanto um Syd Barrett e tão acessível quanto um The Who. Espero que o Cut Copy não perca o frescor de faixas como "Hearts On Fire" e "Far Away", ou corre o risco de entrar pro seleto grupo de malas sem alça que todo mundo se rasga de elogios mas ninguém aguenta ouvir mais de uma vez.
Nota: 4
Pra quem gosta de: The Presets, The Golden Filter, tecnopop
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"Where I'm Going":
Nota: 4
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"Where I'm Going":
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