Belo perfil. |
A canadense Claire Boucher é jovem, bonita, canta e toca teclados. Mas não pense em La Roux ou Little Boots, sua encarnação artística Grimes está mais pro terreno de Lykke Li e Laurie Anderson. E apesar de seu debut Visions (4AD) soar vanguardista (mas não pretensioso), o disco pode ser igualmente curtido por quem não está nem aí para as possíveis aspirações que vão além da simples distração auditiva por parte do Grimes.
O que acontece no álbum é uma fusão esvoaçante de Enya com Elizabeth Fraser e de synthpop com IDM, que possibilita tanto vôos experimentais sustentados por vocoders ("Eight") quanto funks de plástico como "Colour of Moonlight (Antiochus)" - que renderia um mashup interessante com "When Doves Cry" do Prince. Pra se entregar de cara, basta ouvir o primeiro minuto da sequência de acordes engrenados de baixo sintético da segunda faixa, "Genesis", ou a canção a seguir, "Oblivion". Os vocais delicados e ininteligíveis (aí está mais um elemento a favor dela) de Claire completam o trabalho. O álbum está cheio de batidas criativas ("Visiting Statue"), timbres esquisitos ("Symphonia IX (my wait is u)"), lindas passagens de pop eletrônico/etéreo ("Nightmusic") e mostra, principalmente, que existem muito mais maneiras de cantar do que você imagina. Uma estréia com o pé direito.
"Genesis": basta um minuto.
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