Ouvir Kill For Love - álbum mais recente dos americanos do Chromatics - é imaginar como seria se o New Order tivesse escolhido a tecladista Gillian Gilbert como vocalista ao invés de Barney Sumner. Talvez Movement, debut da banda inglesa lançado em Novembro de 1981 soasse assim. Apesar da voz pequenininha, Ruth Radelet encaixa-se confortavelmente aos sintetizadores congelados e de timbres fascinantes (o que é aquele teclado de "Lady"?). Pós-punk elegante, quase dançável sob suas baterias nada complexas ("The Page") e com riffs de guitarra básicos e certeiros ("Back From The Grave"), Kill For Love é um disco estranhamente encantador, dolorosamente bonito - uma ponte bem cimentada entre o indie e o eletrônico analógico com canções bem feitas e um cover escolhido à dedo: "Hey Hey, My My" de Neil Young abre o disco creditada apenas como "Into the Black". Climático e melancólico, dos títulos das faixas ("Dust to Dust", "No Escape", "Back From The Grave") até as composições instrumentais nubladas ("There's a Light Out On the Horizon", "Broken Mirrors"), Kill For Love exige uma hora e meia de dedicação à sua viagem sombria e de nada fácil digestão, mas extremamente recompensadora. Bom dia, tristeza.
"The Page": black is beautiful.
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