sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sexta Feira Bagaceira: Laid Back


Reggatta de Blanc, o segundo disco do The Police (de 1979), já dava a pista: reggae de branco. A pseudo-tradução francesa de Sting era perfeita pra sintetizar aquele momento em que o ritmo jamaicano era fundido com rock e pós-punk por moleques ingleses, resultando em discos memoráveis do próprio Police, de bandas do movimento 2 Tone ou do Clash.


Não que o Laid Back tenha algo a ver com isso. A dupla dinamarquesa começou a experimentar com eletrônica no meio dos 70 até chegar ao primeiro disco em 1981, sucesso em sua terra natal. O estouro mesmo veio em 1983, com o single "Sunshine Reggae": número um em mais de vinte países. Totalmente descompromissado das mazelas do mundo, letra simplória e positivista ("o brilho do sol, reggae do brilho do sol / deixe as boas energias vibrarem!") e instrumental pendendo pro dancehall - baseado em baterias eletrônicas e sintetizadores - o Laid Back provou que dois branquelos de Copenhagen podiam sim fazer reggae sem necessariamente ter raízes na ilha. Curiosamente, nos Estados Unidos foi o lado B de "Sunshine Reggae" que tornou-se o maior hit do duo: o funk sintético "White Horse" invadiu as pistas de dança com toda sua ambiguidade lírica ("white horse" é uma gíria para heroína). Hit inesperado, a canção foi lançada logo em seguida como single, chegando ao número 26 do Hot 100 da Billboard, além de figurar nas paradas Dance e Black. Alvo de samples e inspiração para vários artistas (Bernard Sumner do New Order homenageia a forma meio cantada meio falada do estilo vocal do Laid Back em "Fine Time"), o grupo continua na ativa. Seu álbum mais recente é Cosyland, do ano passado.

"Sunshine Reggae": por que se preocupar?

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