quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Pega Fogo, Cabaré


EP novo de Marc Almond, Tasmanian Tiger traz quatro faixas e uma sombra pálida do que foi o cantor no comecinho dos 80. Das tags que ajudavam a entender seu essencial Soft Cell (perversão, dor de cotovelo, kitsch, decadência, solidão, technopop), só sobrou a palavra "cabaré" pra definir a carreira solo de Almond (especialmente em seus lançamentos mais recentes). Sua voz continua intacta, cristalina, mas cantar bem até João Neto & Frederico cantam. O problema com Tasmanian Tiger é a falta de boas canções pra aproveitar o fole vocal respeitável de Almond. Experimente a fossa nova suntuosa à Angela Maria que se arrasta em "Love Is Not On Trial", ou tente encontrar algo animador nas duas faixas que parecem ter sido feitas sob encomenda pra um show exótico do Lido, "Tasmanian Tiger" e "Death of a Dandy" - ambas com arranjos de cordas de Tony Visconti (David Bowie, Morrissey). Meia estrelinha pro electro-soul "Worship Me Now" (escrita por Jarvis Cocker). E só.

"Worship Me Now": no limite do razoável.


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