"Hip-hop reggae inna dance hall style". Pronto, numa frase extraída de um dos maiores hits daquele fantástico 1991, o nigeriano Alban Uzoma Nwapa definia seu som.
Na verdade, "No Coke" foi lançada em Novembro de 1990, mas na era pré-Internet, as coisas aconteciam no seu tempo. Na pista que eu frequentava, ela tocou durante o ano inteiro e, lembro bem, era uma comoção aos primeiros acordes do baixo. Foi bem nas paradas europeias, especialmente no país que Alban adotou aos 23 anos para estudar Odontologia (daí o Dr., sacou?), a Suécia (primeiro lugar). O som não era exatamente novidade, mas a pegada pop de "No Coke" facilitou as coisas pra quem não era chegado no raggamuffin' cru e seco de Cutty Ranks, por exemplo, e talvez sem querer, Dr. Alban (junto com Shabba Ranks) estava ajudando a popularizar um gênero que vinha borbulhando desde o meio dos anos 80, quando os estúdios jamaicanos descobriram o sampler e por consequência, timbres impensáveis até então para o contra-baixo. E o que salta aos ouvidos em "No Coke" - além do óbvio manifesto anti-drogas da letra ("Cocain will blow your brain / And ecstasy / Will mash your life"), é a frequência subterrânea de sua linha de baixo, lapidada ao extremo pelo genial e saudoso Denniz Pop (que pouco depois produziu Ace of Base, Backstreet Boys, Britney Spears, N'Sync e Rick Astley, entre outros). Alguém anotou a placa?
"No Coke": pra testar a qualidade dos alto-falantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Spam, get outta here!