O mexicano Alan Palomo se deu ao luxo de ir pra Finlândia gravar em quatro semanas na geladeira chamada Helsinki seu mais recente álbum como Neon Indian, Era Extraña (lançado em Setembro).
Eleito muso chillwave em sua estréia de 2009 (Psychic Chasms) pela intelligentsia musical nos quatro cantos do planeta, Palomo retorna com um álbum que substitui os samplers do trabalho anterior por texturas sintéticas distorcidas e climão de eletrônica lo-fi, estranhamente nostálgica (no sentido desconfortável da palavra). Toro Y Moi já abandonou esse barco em favor de beats mais safados e maior clareza na produção no seu último EP, e acertou na mosca. Já o Neon Indian fica encoberto pela própria sombra projetada a partir de Era Extraña: entre canções extremamente simplórias como o single "Polish Girl", rocks chapados ("Hex Girlfriend", "The Blindside Kiss") e trips lisérgicas baseadas em execuções contínuas das notas de um mesmo acorde ("Future Sick"), o disco cansa na primeira audição - um pouco por culpa desses vocais extenuados por filtros do início ao fim do álbum. O principal defeito do disco, no entanto, é algo que me parece vir da presunção de Palomo em fazer música do jeito que os seus parcos 23 anos lhe dão na telha, amparado por gente que levantou o polegar pra tudo que ele já fez até agora. Mas ele já fez algo que realmente te instigasse? Comigo ainda não aconteceu.
"Polish Girl": como (tentar) fazer um riff de sintetizador funcionar na marra.
"Polish Girl": como (tentar) fazer um riff de sintetizador funcionar na marra.
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