Quando uma amiga me indicou o New Division, no começo de 2012, confesso que achei interessante o esforço dos californianos em soar como um mix atualizado de suas bandas preferidas, a saber, Depeche Mode, New Order e Joy Division. Claro que uma penca de gente que se veste preferencialmente de preto já estava explorando esse filão há algum tempo, desde o segundo escalão derivativo do She Wants Revenge até bandas que conseguiram se desvencilhar do excesso de referências disco após disco, como Editors e Interpol. O negócio é que desde que começaram a fazer showzinhos descompromissados pros amigos da faculdade até a brincadeira ficar séria e sair o primeiro disco (Shadows, 2011), o New Division parecia saber dosar suas composições nubladas com pop aparentemente digerível, o que poderia garantir um lugar ao sol ao quinteto.
Aí, estamos em 2014 e sai o segundo álbum. E, vou te falar, foram meus 45 minutos mais desperdiçados do ano. O disco é tenebroso. O que, em Shadows, vinha embalado pela acessibilidade de refrões amigáveis e levadas dançantes - mantidas por bases sóbrias e de uma certa beleza triste - em Together We Shine mostra a banda optando pela solução mais baixa, mais óbvia e mais preguiçosa possível: juntar sua sonoridade pseudo-sorumbática ao que de pior a dance music oferece hoje em dia, leia-se a EDM de gente como Avicii e Swedish House Mafia.
Pule sete casas e vá direto em "Lifted". O que temos? House music padrão Jovem Pan, com um verniz de new wave xinfrim e um riff de sintetizador que faria até o Steve Aoki corar de vergonha. As lambanças estão espalhadas pelo resto do disco. Os efeitos de bateria de nonagésima categoria de "Den Bosch", a interminável chupação dos baixos de Peter Hook ("Shine", "Honest"), a inevitável balada emocional ("St. Petersburg"), os timbres surrados dos teclados, a tentativa desesperada do vocalista John Kunkel em soar como um ícone atormentado do darkismo oitentista.
Datado e cafona, Together We Shine começa mal já no título e se estende até suas onze canções insossas, vazias e sem a menor inspiração. Se alguém se importar com esse lançamento, deve disputar a liderança na lista de piores do ano.
Uma geral em Together We Shine: sente o drama.
O disco é ruim, mas eu ainda acho que você anda meio azedo...rs
ResponderExcluirQue nada. Negócio é que pra cada coisa boa, tem 10 horrorosas. Culpa do Avicii, do Skrillex, do New Division...
ResponderExcluirSkrillex.. Que horror!!!!
ResponderExcluirO album dele é sofrivel (bem como tudo mais o que ele fez)
O azedume é justificável, ás vezes.
Excluir