quarta-feira, 26 de março de 2014

To The Moon And Back


Porque, depois de uma série memorável de singles e EPs, Todd Terje lançaria um álbum? A resposta é a mais óbvia e mais clichê possível: por que no seu debut, Terje pôde colocar tudo aquilo que não caberia em edições curtas e direcionadas à um local específico, obviamente, a pista de dança.

Seguindo essa lógica de fácil compreensão, o DJ e produtor norueguês investiu sem pudor em sons que não fariam muito sentido lançados sob a limitação de um doze polegadas, como nas paragens latinas ligeiramente abrasileiradas e contagiantes de "Svensk Sas" e "Alfonso Muskedunder" - um negócio meio Hermeto Pascoal, meio jazz, meio prog. Sim, a disco espacial (desafio alguém a resenhar um álbum de Terje sem usar esse termo) do barbudo continua forte, vide as pegadas firmes de "Strandbar" (essa com um pianinho ítalo ensandecido), o pseudo-tema de Miami Vice "Delorean Dynamite" e "Oh Joy". Mas It's Album Time serviu também para Terje exercitar um lado mais contemplativo, como na versão lentíssima de "Johnny and Mary", originalmente de Robert Palmer (dividida com um quase irreconhecível Bryan Ferry nos vocais), ou suar em temas mais complexos, como na instrumental "Preben Goes to Acapulco". It's Album Time reforça o status de Terje como um dos artistas de eletrônica mais inteligentes dos últimos tempos.

"Johnny and Mary": Mr. Cool em pessoa, nos vocais.

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