Alguém realmente esperava que essa parceria não funcionasse? Era batata: a união dos escandinavos Röyksopp e Robyn renderia algumas das gravações mais legais do ano. Foi o que aconteceu. Pelo menos três, das cinco faixas do EP Do It Again (lançado dia 23 de Maio), são irrepreensíveis.
A magnífica abertura, apropriadamente chamada "Monument", ganha contornos celestiais com seu coro ininterrupto fundindo-se aos sintetizadores e sua base engrenada com baixo de tom constante e hipnótico. Só lá pelos seis minutos (a faixa tem quase dez) uma percussão tribal preenche o ambiente e prepara o terreno para que um sax soprado com languidez encerre a canção de maneira brilhante.
"Do It Again" é uma obra-prima de inspiração pop e dance, mas absurda em cada detalhe da produção: das navalhadas de teclados entrecortando a música até os vocais de Robyn - do tipo que deixam até uma leitura de "O Capital" emocionante.
O synthpop "Every Little Thing" mais uma vez acentua o trabalho primoroso de Svein Berge e Torbjørn Brundtland à frente do aparato eletrônico. Saltam aos ouvidos a riqueza e a variedade de timbres alcançados e como os sintetizadores soam poderosos manipulados pela dupla, a sacada genial do pequeno enxerto de cordas especialmente bem encaixados no meio da canção e mais um trabalho exemplar da talentosa Robyn no microfone.
"Sayit" é uma faixa techno que traz Robyn duelando com um vocoder (idêntico ao que o Kraftwerk usou em "Numbers"), enquanto "Inside The Idle Hour Club" é um encerramento instrumental e melancólico, bastante distante da euforia da faixa-título. São duas músicas que baixam a média geral do mini-álbum, que mesmo assim, bate fácil nos 7.5.
"Every Little Thing": perfeição.
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