segunda-feira, 2 de junho de 2014

Segunda Class: William Orbit


A ambient music tornou-se um terreno perigoso, pra não dizer improdutivo. Até o renomado William Orbit escorrega algumas vezes em seu novo álbum Strange Cargo, o quinto da série iniciada em 1987.

O perigo aqui mora na abertura meio Neverending Story de "On Wings" e em composições que são puro pop de churrascaria, como as melosas "Big Country" e "Willow" - faixas que para um desavisado identificariam Orbit como um Richard Claydermann do techno, se ele não fosse inteligente o bastante pra compensar essas pisadas em falso com a sessentista "Just a Night Or Two" (lembrando sua produção com pinceladas psicodélicas para "Beautiful Stranger", de Madonna), a sufocante e autoexplicativa "I Paint What I See" (com vocais sussurrados por Beth Orton), a timbragem anos 90 de "Lode Star", o clima desolador das guitarras de "Recall" e o dub techno de "Parade of Future Stars". Ainda rola uma citação de "Trans-Europe Express" do Kraftwerk (na percussão inicial de "Poppies") e um encerramento bem otimista com o belo arranjo de "The Changeling", tudo disponível para audição na página do produtor no Soundcloud. Orbit conhece o campinho.

"I Paint What I See": sublime.

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