Axel Willner, o produtor sueco por trás do bigode e do pseudônimo The Field é minimalista até nas capas de seus álbuns: a arte de seu terceiro disco (Looping State Of Mind, sai oficialmente em Outubro pela alemã Kompakt), é igualzinha a de seus antecessores Yesterday And Today (2009) e From Here We Go Sublime (2007).
A despeito de sua escassa variedade temática na escolha das embalagens, Willner sabe apertar os botões certos no conteúdo. Com sete longas faixas, seu modus operandi - que o título já entrega de cara - consiste em construir um tema principal e repeti-lo ao infinito; adicionando elementos aos poucos e crescendo devagar com BPMs contidos até chegar num estado de quase transgressão física, como na faixa de abertura "Is This Power", por exemplo: levam quase cinco minutos para a nuvem de sintetizadores se dissipar e a música ganhar uma amostra de guitarra desolada que percorre dois minutos de calmaria, até um rufo de caixa recolocar tudo no caminho de novo. "It's Up There" segue na mesma direção com beats engrenados e teclados hipnóticos, enquanto "Burned Out" tira o pé do acelerador transformando-se numa faixa ambient emoldurada por sons de guitarra evervescentes e vozes etéreas. O álbum tem bumbos macios, linhas de baixo fluidas e a maioria dos registros aqui evocam uma espécie de paisagismo sonoro a partir de edificações lineares - exceto pelas duas últimas faixas, onde o ritmo é quebrado em favor de duas canções que abusam dos loops, mas abrem mão da batida 4x4. Looping State Of Mind pode até tocar em pistas muito específicas, mas nem sei se a tag dance music é capaz de ser um dos rótulos desse disco. Talvez "Arpeggiated Love" com seus quase 11 minutos de techno espacial seja a que mais se aproxime em intensidade de ter suas notas iluminadas por estroboscópicas, mas no geral a intenção é prender pela mente, não pelos pés. E o The Field consegue.
"Is This Power": life is a loop.
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