O paulistano Gui Boratto é provavelmente o brasileiro com maior projeção internacional na música eletrônica atual. A lista de nomes que tiveram um dedo desse produtor, arquiteto, músico e compositor nos últimos anos é respeitável: Goldfrapp, Bomb The Bass, Pet Shop Boys, Moby, Faithless, Massive Attack e Carl Cox, pra citar alguns.
Boratto acaba de lançar seu terceiro álbum, III, pela alemã Kompakt. Dizer que esse disco foi produzido usando a massa cinzenta faz duplo sentido. Primeiro porque III é um tanto mais cabeçudo (no bom sentido) do que seus dois álbuns anteriores e nem tudo aqui é direcionado aos quadris, vide a climática "Trap" ou os blips convertidos em linhas melódicas de "Galuchat". Segundo porque o cinza continua tingindo boa parte da obra de Gui. No disco, os melhores exemplos são "Soledad" com seu riff tristonho de teclado e "This is Not the End" (com vocais de Luciana Villanova, esposa de Boratto), onde fica fácil perceber o quanto a dobradinha Joy Division/New Order fez a cabeça do produtor.
Fiquei empolgado quando ouvi o primeiro single do álbum, "The Drill". É realmente a faixa mais forte de III, onde mil variações sobre o mesmo tema (um riff pesado de sintetizador) colidem com duas cascatas de estática no meio da faixa. O que me decepcionou, porém, foi descobrir que essa linha de synths foi totalmente "inspirada" no baixo da faixa "Domino", um lado B de um single do artista francês Oxia, lançado em 2006 (que por sua vez é um cover não creditado da faixa "Eve By Day" de Patrick Chardronnet). Confusão, hein? Nesse festival antropofágico, quem se salva?
Gui Boratto: inspiração ou plágio?
Oxia: cover não creditado.
Gente!!!! Você sabe tudo! Se alguém samplear um "ai" do baterista do Asia no lado-b naquele projeto paralelo que só saiu num promo no Quênia você você descobrir!!!!
ResponderExcluirAdorei!
Hahahahaha... valeu Daniel, apareça sempre =)
ResponderExcluirPior que essa do Oxia nem é tão desconhecida assim......eu que to curtindo eletrônico há pouco mais de um ano já tinha ouvido.. Realmente a figura rítmica do groove.. até o tom são os mesmos... Bem suspeito isso aí viu!
ResponderExcluirWalter: questionei isso assim que uma resenha do álbum foi publicada no site rraurl. Dá uma ligada na resposta do próprio Gui Boratto:
ResponderExcluirhttp://rraurl.com/resenhas/8118/Gui_Boratto_-_III
Convenceu?
Eu não chamo isso de plagio, é até esperável q aconteça essas coisas por se tratar de musica sintética...Os caras simplemente sampleam quando acham coerete com o som...Que nem no french house... já viram quantos soms os caras do daft punk sampleam de outras musicas??, mais expecificamente do estilo disco, Acho que isso não influencia em muita coisa não, só se o sugeito ouvir uma musica pensando na outra, aú fica foda..mas um som é um som, o que destingue um do outro é a qualidade, quando o assunto é musica sintética o que vale é o bom gosto e a criatividade!
ResponderExcluirPois é Thiago... mas o lance do Gui Boratto não tem a ver com samplers. Ele não está na mesma praia do DJ Shadow, por exemplo. Eu achei que ele roubou (no bom sentido, se é que existe bom sentido pra isso) o baixo, ou do Chardronnet ou do Oxia, sem dúvida. Ele não sampleou o baixo (como homenagem, ou como reaproveitamento de uma linha já existente, seja o que for), ele copiou nota por nota mesmo. Acho eu. Abraço, meu velho.
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