sexta-feira, 29 de outubro de 2010

All Star na Pista

Barney Sumner, Hot Chip e Hot City dividiram a mesa de som pra uma campanha da Converse (All Star e afins). O resultado é "Didn't Know What Love Was", e é possível baixar aqui no site da Converse. A música é algo muito, muito próximo ao que o Electronic fazia em 1992, ou seja, é ótima.

Single Version:

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rei Leão


Sei lá, nunca fui muito ligado em Kings Of Leon. Por exemplo: gosto da pegada estradeira de "Sex On Fire" e detesto o vocal choroso de Caleb Followill em "Use Somebody" (ambas de Only By The Night, disco anterior da banda lançado em 2008). Muitos milhões de dólares mais ricos, o quarteto volta com Come Around Sundown e quem já não era fã provavelmente não vai passar a gostar dessa banda-família (formada por três irmãos e um primo) por causa desse disco. Não é ruim. Tem boas palhetadas, uns tecladinhos mais salientes e muitas linhas de baixo bem fluídas. Mas a voz do Caleb me dá no saco. Acho insuportável. Claro que as gurias da primeira fila não acham isso, então não há nenhuma chance de trocar de vocalista. 

"Beach Side": uma das bacaninhas do disco.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tambores da Selva


Que mané dubstep o quê. O som do futuro continua sendo o drum'n'bass. Mesmo com toda a velocidade imprimida pela subdivisão liquid funk, a música da dupla inglesa Artificial Intelligence consegue ser muito mais suingada do que a desses artistas dubstep de nomes engraçados (Benga, Caspa, Roska). Glenn Herveijer e Zula Warner descem a lenha com os BPMs lá em cima nas doze faixas do recém-lançado Stand Alone. Picos de energia acontecem nos vocais soul-sexy de Jenna G em "Unforgettable", nas variações do baixo de "Blind Eye", no ritmo tipo "manada-de-rinocerontes-em-disparada" de "Let It Be" e especialmente nos sintetizadores inesquecíveis de "Stand Alone". Apertem os cintos.

"Stand Alone", a faixa-título: combustível para as pistas.

domingo, 24 de outubro de 2010

Distorcendo o Óbvio


O canadense Daniel Snaith é daqueles produtores que não entregam a coisa mastigadinha pra ninguém. Não espere ouvir um disco de dance music rasteira aqui neste Swim, lançado no começo do ano (e que deve estar merecidamente em várias listas de melhores de 2010). Assinando como Caribou, Snaith dá um show de criatividade no uso de instrumentos convencionais (especialmente os percussivos, como na espantosa "Bowls") e na manipulação absolutamente inteligente dos recursos eletrônicos (o mantra "Sun" explorando todas as possibilidades dos vocais). Com um pé na psicodelia e o outro no pop eletrônico, eis aqui uma amostra de que ainda tem gente que prima pelas soluções menos óbvias nas produções, com resultados surpreendentes e acessíveis. Descubra já.

"Odessa", primeiro single do sensacional Swim:
  

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Angustiado à Beira do Caminho


Se discos de cantores folk melancólicos são a sua praia, It's What I'm Thinking Pt. One - Photographing Snowflakes é o que há. É o sétimo álbum do Badly Drawn Boy, lançado dia 04 de Outubro. Salpicando batidas eletrônicas entre arranjos de cordas e vocais contidos, Damon Gough vai contando histórias com o violão em punho e títulos sugestivos como "Too Many Miracles", "A Pure Accident" e "I Saw You Walk Away". Se eu fosse a mãe dele, começaria a ficar preocupada.

"Too Many Miracles". Um psicólogo para Damon Gough, por favor.

Abracadabra


Ah sim, a magia ainda está lá. Não sei se os dois casais de irmãos ingleses que formam o Magic Numbers vão conseguir arrebanhar novos fãs com o seu terceiro disco lançado em Junho, mas The Runaway certamente vai manter os admiradores destes simpáticos gordinhos sonhando acordados com as doces melodias sessentistas e harmonias vocais perfeitas encontradas nas doze faixas do disco. Não se assuste com o arranjo de cordas um tanto meloso da faixa de abertura (e primeiro single) "The Pulse", porque o disco só começa a tomar forma mesmo a partir da terceira música ("Why Did You Call?"), onde as guitarras de distorções sutis dividem espaço com pianos e percussão. Uma fofura.

"The Pulse":

sábado, 9 de outubro de 2010

Garotos Suecos


A culpa é do ABBA. Desde que esses dois casais chegaram ao topo da parada inglesa pela primeira vez em Abril de 1974 com o single “Waterloo”, as coisas nunca mais foram as mesmas pro pop escandinavo. E não precisa pensar muito pra montar uma lista de artistas de sucesso que vieram de lá depois disso.
Produtores/compositores dispostos a engrossar essas fileiras, Henrik Jonback, Henrik Korpi, Tommy Spaanheden e Peter Ågren montaram o The Amplifetes a pouco mais de um ano. Eles vem de trabalhos individuais com nomes que incluem Kelis, Madonna, Grandmaster Flash e Peter Bjorn and John. As experiências com nomes tão diversos refletem-se no projeto em conjunto, baseado em psicodelia sessentista, Elvis Costello, Ramones, David Bowie e house de Chicago - segundo a biografia da banda em seu site oficial.
A banda deu sorte de ter seu primeiro single incluído numa campanha da grife do estilista italiano Roberto Cavalli, estrelada por Milla Jovovich. Por tabela, o electro garageiro “It’s My Life” acabou chamando a atenção para o som do grupo:

Vídeo da campanha de Roberto Cavalli:




Vídeo oficial de “It’s My Life”:




“Whizz Kid“, o segundo single também lançado em 2009 manteve a atenção da blogosfera no Amplifetes, até que em Maio desse ano eles se saíram com uma das grandes músicas de 2010: "Somebody New". A faixa é um Franz Ferdinand impulsionado por um motor synthpop sem vestígio de qualquer ranço retrô e que visualiza cada canto da pista de dança pra manter todos os pés na mais alta concentração de movimento por metro quadrado possível. Irretocável.

Vídeo oficial de “Somebody New”:



De quebra, de novo uma faixa da banda é escolhida como tema de uma campanha publicitária. Dessa vez, “Somebody New” aparece num anúncio da Garnier:



Finalmente, o debut saiu agora em Setembro. O álbum epônimo traz pela enésima vez uma música baseada em "I Feel Love" de Donna Summer (o improvável rockabilly eletrônico de "Fokker"), house em slow motion (os tecladinhos desacelerados em "When The Music Died" só podem ser de "Understand This Groove" do Sound Factory), e – sem trocadilhos - pop dançante de encher os olhos ("Blinded By The Moonlight"). Causa um certo desconforto passar pelas 12 faixas do disco ouvindo o vocal achatado de efeito do barbudo Peter Ågren, mas ás vezes isso é gol a favor e contribui pra aumentar a sensação de desolação – como na balada glacial “A Million Men”, ou pode tornar o clima ainda mais desencanado, como em “Somebody New”. Optar simplesmente por limar os vocais a favor de uma melodia assoviada (a bela instrumental “It Can’t Rain All The Time”) também alivia um pouco.
Álbum lançado, marketing funcionando, tour planejada ainda pra 2010, e o Amplifetes merece ser enquadrado no clichê "eles tem um futuro promissor pela frente".

A Um Passo do Pop


Magnetic Man - o tal projeto dos DJs Skream, Benga e Artwork - tenta uma aproximação do dubstep com o pop no seu álbum de estréia a ser lançado em 11 de Outubro. A crítica inglesa se rasgou de elogios pro primeiro single do disco, "I Need Air", mesmo com os vocais de Angela Hunte adulterados pelo irritante auto-tune. A faixa lançada em Julho bateu num honroso 10º lugar no paradão inglês, o que mostra que o dubstep é bem popular na ilha mesmo. O figurão John Legend está entre os vocalistas convidados (na interessante "Getting Nowhere"). E se a coisa belisca um certo padrão FM em "Perfect Stranger", é em "Boiling Water" e seu refrão facinho que isso fica muito mais próximo de acontecer - mesmo que essa música cheire mais à drum'n'bass do que dubstep.

"I Need Air":



terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eletrônica Fragmentada


O dubstep é uma das mais recentes mutações eletrônicas e já tem várias subdivisões. Uma delas, o soulful dubstep, é a mais soturna, melancólica, profunda e climática. Talvez o jovem Burial seja o maior representante do gênero, mas o inglês Dan Richmond - que lança seus discos como Clubroot - vem ganhando força através de elogiadas produções. II - MMX, seu segundo álbum (lançado em Maio) é um mergulho de cabeça nas profundezas escuras do soulful dubstep. Ao longo de suas onze faixas distribui batidas hipnóticas, timbres pesados de sintetizador, vozes angelicais e faz das linhas de subgrave um desafio às caixas de som. Excepcionalmente bonito e desafiador, II - MMX não tem nenhuma relação com a pista de dança nem flerta com o pop como alguns artistas de dubstep já começam a fazer. O clima de suspense e a alta dose de emoção contidas no disco obrigam uma audição atenta. Recomendo muito.

"Waterways":



sábado, 2 de outubro de 2010

Era Uma Vez No Oeste


Alguém pode me dizer que tipo de cogumelo os ingleses do The Coral estão usando nas suas infusões das cinco da tarde? Tudo bem que a banda existe desde 1996 e Butterfly House (lançado em Julho) já é o sexto disco dos caras, mas o que explica o fato deles soarem como o America em 1976? O que temos aqui é um country rock com pinceladas de psicodelia de harmonias vocais impecáveis e violões empoeirados sendo cuidadosamente dedilhados por todas as faixas. O disco é lindo, e se comerciais de cigarro ainda fossem permitidos na TV, o The Coral seria candidato a fornecer a trilha pro Marlboro. Com cowboy e tudo.

"1000 Years", o primeiro single de 'Butterfly House'. Não, eu também não entendi o vídeo.