segunda-feira, 26 de março de 2018

Breath Again


Me senti em 1994. Quatro anos sem disco novo (ano passado ela lançou a ótima "Deadwood" - que está em Sex & Cigarettes, novo álbum da diva R&B que saiu semana passada) e Toni Braxton volta com um single desses. Baita canção. Entre um sussurro e outro e os backing sexy ela solta até os "uh" característicos. Suave e dançável. Ela continua a mesma de 1994. E isso é ótimo.

"Long As I Live": breath again.

domingo, 25 de março de 2018

Caras Novas: Demuja


Com um background que inclui atividades como baterista e dançarino de break, o austríaco Bernhard Weiss, a.k.a. Demuja, descobriu a discotecagem e em seguida, a produção de sua própria música, por volta de 2010. Lançando seus singles por selos como o norueguês Uncut House Records, o americano Nervous Records e o italiano Traxx Underground, em 2016 Demuja criou seu próprio selo, MUJA, por onde saíram três EPs até agora.

Fã de vinil e reclamando para si influências que vão de artistas de house music (Kerri Chandler, Moodymann), jazz (Herbie Hancock, Miles Davis), hip-hop (Mos Def, Wu-Tang Clan) e diretores como Quentin Tarantino, seu lançamento mais recente é o EP Turn Around (realizado no final de Março pela gravadora alemã Toy Tonics) e inclui quatro faixas de house em estado bruto, sem muito polimento. Com samples irreconhecíveis (pra mim, ao menos), timbres macios de teclados e um modus operandi french touch, Turn Around solidifica a promissora carreira de Demuja.

Turn Around: inteiro no Bandcamp.


Ouça outros singles e EPs no perfil do artista do Bandcamp.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Fazendo Por Merecer


Mais uma faixa especialmente bem feita dos australianos do Flight Facilities, o novo single "Need You" (com vocais da neozelandesa NÏKA), não deve ir muito além dos pendrives de DJs de clubes alternativos minúsculos. Entenda: deveria ir longe. É um pop dançável tão bem acabado que merecia chegar num público realmente grande. Não me pergunte como. Mas que a música é muito, muito legal, é.


O hilário vídeo de "Need You": Schwarzenegger em algum lugar dos 70, procurando sua cara-metade.

sábado, 10 de março de 2018

Gasolina


O lendário Todd Terry volta com um single que não é lá nenhuma maravilha em termos de inventividade e originalidade, mas é eficiente o bastante para jogar gasolina na pista dos clubs. "Come On Now" saiu pelo próprio selo de Todd, Inhouse Records e não vai além de algumas variações de synths e o sample-título - mas o bumbo pesa uma tonelada e o baixo tem vida própria. Simples, certeira.


"Come On Now": mais uma pra conta, Terry.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Sexta Feira Bagaceira: Tina Charles


Dia desses fui parar numa página do Youtube que trazia a primeira canção gravada por Björk, pirralhinha ainda, em algum lugar dos 70. Uma fofura. A música era "I Love To Love", de Tina Charles.

O single da cantora inglesa saiu em 1976, e com a disco a pleno vapor, foi hit fácil no mundo inteiro. Produzida por um dos top produtores da época, o indiano-britânico Appaiah Biddu, "I Love To Love (But My Baby Loves To Dance)" tem um arranjo adocicado de cordas e os agudos impressionantes de Tina Charles (então com tenros 22 aninhos), prontos pra espatifar as vidraças mais próximas.

"I Love To Love": disco britânica infiltrando-se nas paradas.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Esquisitice Que Compensa


Na visão oblíqua do locaço DJ Koze, isso é uma dance track. O DJ e produtor alemão (um dos chefões da prestigiada gravadora Pampa Records) convidou a irlandesa Róisín Murphy (ex-cantora do Moloko) pros vocais de "Illumination" e perpetrou uma das faixas mais interessantes do período, techno-funky com um loop interminável de guitarra e baixíssimas frequências sustentando a melodia. Um lançamento bem ao gosto do seu selo. A canção vai estar em knock knock (assim mesmo, em minúsculas), próximo álbum de Koze, previsto pro começo de Maio.

"Illumination": Murphy e Koze afiados.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Boa Noite, Tristeza


Esqueça o Moby craque das pistas, o exímio sampleador, as divas flamejantes exalando vida e suor a cada nota, o furor do techno e a redenção via blues eletrônico.

Basta uma olhada nos títulos das músicas pra sacar o que contém esta quase uma hora de Everything Was Beautiful, And Nothing Hurt (Mute), novo álbum do produtor americano: "The Last of Goodbyes", "Welcome to Hard Times", "The Sorrow Tree", "This Wild Darkness", "A Dark Cloud Is Coming" e por aí vai, divã abaixo. Sobra escuridão, melancolia e baixo astral, tudo regado com arranjos pesadíssimos (no sentido lúgubre do termo). Ouça a sessão de cordas macambúzia de "The Ceremony of Innocence" e afaste-se imediatamente de qualquer objeto cortante; perceba a voz embargada do robozinho-vocoder de "The Tired and the Hurt" e, por análise combinatória, constate que "This Wild Darkness" supera "Times Change" do New Order e assume o posto de rap mais triste da história.

Alguma luz no fim do túnel com os timbres amadeirados do piano elétrico e os bons vocais de Apollo Jane em "Welcome to Hard Times", a voz algo Liz Fraser de Julie Mintz em "The Sorrow Tree" e o trip-hop portishediano de "A Dark Cloud Is Coming", insuficientes para clarearem o ambiente escurecido que permeia o álbum.

Pode muito bem ser dito que Everything Was Beautiful, And Nothing Hurt é introspectivo e reflexivo e que não passa de um espelho que reflete a situação realmente desanimadora do mundo atual. Pra mim, é só triste, mesmo, em todos os aspectos. E tô fora.


"Mere Anarchy": Moby em frangalhos.

terça-feira, 6 de março de 2018

Dragão Amigo


Onde foi que os suecos do Little Dragon erraram, mesmo? A banda já enfileirou (desde o meio dos anos 2000) uma pá de grandes canções, bons álbuns, indicação pro Grammy, a vocalista Yukimi Nagano já gravou com SBTRKT, DJ Shadow e Kaytranada e então, o que faltou pra banda realmente estourar? O novo single, "Best Friends" continua a saga dos escandinavos e é, possivelmente, a canção pop da semana. Refrão perfeito, instrumental inventivo, tudo absolutamente no lugar certo. Talentosíssimos.

"Best Friends": os melhores três minutos e meio da semana.

domingo, 4 de março de 2018

Back On The Rails


The National eu acho chato pra cacete, mas até que o vocalista da banda, Matt Berninger, não conseguiu estragar a bela "My Enemy", nova do Chvrches. Pop de sintetizador com aquela carga de dramaticidade de plástico que poderia estar na trilha de qualquer filme do John Hughes. "My Enemy" é uma canção bem melhor que "Get Out", lançada mês passado, e é outra faixa que estará em Love Is Dead, próximo álbum do trio escocês cuja data de lançamento foi revelada semana passada: 25 de Maio.


"My Enemy": o bom synthpop nos trilhos, novamente.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Digigrams


Excelente a música nova do duo alemão Digitalism, "Holograms". A faixa vai estar no seu próximo EP, Zdar C1u6 (Star Club), programado para o final de Março. Com vocais de Jens "Jence" Moelle (o da esquerda, na foto), "Holograms" é um paredão de sintetizadores emoldurado por pinceladas de timbres devastadores, mas não é um single exatamente direcionado para as pistas (como, você lembra, o hitaço "Zdarlight"). O BPM é baixo, mas o refrão ganha em euforia. Demais.

"Holograms": 80's feelings.