O britânico Vincent James Turner não teve o menor pudor em fazer de seu Do It in the AM (lançado no final de Setembro) uma coleção de pop chiclete. E o segundo álbum de Frankmusik é exatamente isso: como se fosse uma goma de mascar musical, pode tanto grudar na primeira audição quanto enjoar rapidinho e ser descartado assim que perder a graça. Mas pop não é isso mesmo? É. Mas existem obras inesquecíveis erigidas sob essas três letras. Monumentos de três minutos e meio que resistem ao teste do tempo. Não que fosse intenção de Frankmusik fazer de Do It in the AM um novo Thriller (acho), até porque não vai existir um novo Thriller (tenho certeza). E olha que esse moleque é talentoso (os veteranos do Erasure já perceberam isso chamando-o para produzir seu disco mais recente, Tomorrow's World). Seu nome está espalhado de cima a baixo na ficha técnica do álbum. Ele toca, produz, canta, compõe... e tem apelo visual. Você sabe, faz parte do jogo posar para fotos constrangedoras como essa da capa de seu álbum. O dance-pop urdido por Frankmusik em Do It in the AM só ultrapassa os três minutos e meio em duas das treze faixas; soa mundano já na faixa de abertura ("We Collide") e sublime no encerramento ("Cut Me Down"). Incorpora R&B e divide o microfone na boa "No I.D." (com a jovem Colette Carr) e em "No Champagne" (com Natalia Kills); assusta com os teclados medonhos da abertura do electro "The Fear Inside" e bota Mika no chinelo pela quantidade de hits em potencial que vem na sequência ("Wrecking Ball", "Running", "Brake Lights"...). Talvez Do It in the AM represente para 2011 o que o obrigatório The Lexicon of Love (do ABC) representava para 1982, e tenho que admitir que o cara é bom de refrão. Se eles vão durar mais do que um mês na sua memória é que são outros quinhentos.
"Cut Me Down": pop sublime ou mais um produto descartável?
"Cut Me Down": pop sublime ou mais um produto descartável?
Produto descartável. Totalmente.
ResponderExcluirEu ainda tô em dúvida.
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