terça-feira, 16 de abril de 2013

Tyler, The Inconvenient

Wolf, terceiro e recém lançado álbum do bajulado Tyler, The Creator faz algum sentido pra um ouvinte médio como eu? Não. Musicalmente tem lá alguns momentos jazzy de pianinhos e cordas doces sustentando um rapper sem nenhum pudor verbal, mas no geral é arrastado, chapado, com beats sujos e samples bem discretinhos: "Pigs" desacelera a inesgotável "Amen, Brother" do Winstons (1969), enquanto "PartyIsntOver/ Campfire/ Bimmer" empresta alguns elementos do jazz relaxado "Invintation", de Cal Tjader (1971). A única boa surpresa aqui é a base de "Lone", toda sampleada de "Jornada", composta por Roberto Menescal e executada pelo mestre da bateria Wilson das Neves em 1969. As letras são um caso à parte. O boca suja Tyler começa e termina Wolf distribuindo gratuitamente um sem número de "fuck", em todas as variações possíveis: fuckin' isso, fuck off aquilo, fucked up, motherfucker... que ele descarregue toda sua raiva e frustração nesse disco, tudo bem - melhor do que descontar em coisas que a polícia não iria gostar - o problema é que eu nem saco de inglês o suficiente pra ver pra onde Tyler aponta sua metralhadora verborrágica, ou se as rimas são convincentes. Bom, aí obviamente é problema meu. Mas isso só prova que a música de Tyler não é pra mim, então não espere eu pagar de malaco das quebrada e dizer que é um puta álbum de rap. O que eu não entendo é a babação de ovo em cima de um cara que não traz absolutamente nada de novo pra um gênero tão maltratado ultimamente. Fora que essa capa é uma das piores que eu vi nos últimos anos. Se bem que pra geração MP3, tanto faz.
"Lone": espero que Menescal e Das Neves tenham recebido por isso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Spam, get outta here!