segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Meu tecnopop pesa uma tonelada

Junior Boys é uma dupla canadense de electropop. Ou indietrônica, ou indiepop, ou electro... que diferença faz? Você entendeu. Eles mexem com sintetizadores, baterias eletrônicas, seqüenciadores, esses brinquedinhos aí. E basta uma variação de teclado para que os carimbadores malucos de rótulos mudem o gênero em que a música de alguém se encaixa. Bom, o que importa mesmo é que é por aí que se ajusta confortavelmente o som do mais recente lançamento do Junior Boys, o álbum “Begone Dull Care” (saiu em Março no Canadá e em Abril nos Estados Unidos). A faixa que abre o disco, “Parallel Lines”, remete aos melhores momentos que o electropop teve no começo dos 80: o coração apaixonado do pop sintético semelhante ao de gente como Human League e A Flock Of Seagulls que bate lânguidamente em seis minutos e meio de vocais sussurrados, bateria em primeiro plano e base pesada, lenta, sexy e hipnótica. A pista de dança em slow motion. Exagero? Eu não acho. Mas não se assuste que mesmo depois de “Parallel Lines” ainda dá pra pescar ótimos momentos nas sete faixas que restam. “Work” é outra de base inteligentemente construída e não faria feio em um disco do Giorgio Moroder de 1978, ou seja, também funciona (sem trocadilhos com o título da música, por favor). “Bits And Pieces” é mais alegrinha (com palminhas e tudo), “Dull To Pause” é linda com seus efeitos de cordas e pedal steel (que eu não ouvia numa faixa tecno desde “Justified And Ancient” do KLF) e a menção honrosa para o quase-R&B de “Sneak A Picture”. Pode ter certeza: “Begone Dull Care” não é pra ouvir uma vez só e jogar no fundo do HD.

O vídeo abaixo não é o oficial de "Parallel Lines", mas poderia. É o lema de Glauber Rocha para o século 21: o Youtube na mão e uma idéia na cabeça.

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