sábado, 23 de julho de 2011

Caverna do Dragão


A Suécia é uma terra fértil no que tange à artistas pop. Aposto que sua mãe não sabia que o Roxette era de lá quando ouvia a dupla nas FMs em 1989. Tem uma vanguarda de respeito também. The Knife é um nome que merece estar em qualquer lista de artistas relevantes na eletrônica atual. Bom, o Little Dragon tenta se equilibrar nos dois terrenos: um pé no chão firme e seguro do Popular, outro no arriscado e pantanoso do Experimentalismo.  


Não que algo aqui nesse terceiro álbum (Ritual Union) soe como trilha de novela das sete do Roxette, nem como as aventuras do Knife no mundo dos ruídos eletroacústicos (Tomorrow, In a Year, do ano passado), mas algum elemento inusual parece sempre rondar boas melodias (os zumbidos irritantes de "Brush The Heat" que destroem o que poderia ser uma canção boa de assobiar, por exemplo). O arranjo preguiçoso de "Little Man" não ajuda, tampouco a percussão caótica da cinzenta "When I Go Out". E quando as coisas ameaçam engrenar, como no par de canções "Shuffle A Dream"/"Please Turn", tem algo que definitivamente não deixa o Little Dragon rodar macio: a vocalista nipo-sueca Yukimi Nagano. Eu só não sei ainda se o problema é a maneira como ela canta (entre distante e entediada) ou se a culpa está no jeitão lo-fi de como sua voz foi gravada - parece seca, perdida e/ou incompatível com o instrumental. Se eu encontrar com o engenheiro de som do Little Dragon, vou dar a dica.

Little Dragon, Yukimi Nagano e a faixa-título: não foram feitos um para o outro. 




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