quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Pior Disco de Todos os Tempos do Último Mês


Sim, o título foi inspirado naquela canção dos Titãs - e não tive paciência pra procurar, mas provavelmente já o usei em algum outro post aqui do blog. De qualquer forma, cai bem pra esse novo álbum do The Rapture. Pois bem, pra quem algum dia acreditou que a colisão entre dance e punk poderia gerar mais do que cinco músicas legais, aí estão os São Franciscanos de origem (e nova-iorquinos por adoção) entregando In The Grace Of Your Love. Talvez eles próprios entrem nesse Top 5 com o single "House of Jealous Lovers" de 2002, mas basta uma audição de In The Grace para ter certeza de que aquele cowbell estridente duelando com um vocal pra lá de neurótico foi só um acidente feliz mesmo.
 

  Primeiro ponto: a voz de Luke Jenner é insuportável. E ele se esforça, porque durante as 11 faixas, Luke esganiça, desafina, geme, chora e falseteia (ou tudo junto, como em "Blue Bird"), mas depois de quase uma hora dessas notas agudas semi-tonadas rebatendo nos tímpanos (experimente ouvir os últimos 40 segundos da faixa-título), dá vontade de correr pra qualquer coisa da Sade, porque tudo que se quer é alguém sussurrando macio no ouvido. E mesmo com o LCD Soundsystem pendurando as chuteiras, o Rapture continua acreditando que misturar Chic e Sex Pistols é pra qualquer um: basta jogar um acordeãozinho entre dedos estalando ("Come Back To Me"), pratos sibilantes disco  ("Never Die Again") ou forrar a música com pianos house ("How Deep Is Your Love?", que graças à São Maurice Gibb, não é um cover do Bee Gees) que a fórmula dá certo. E depois de tudo isso, acrescente coisas inexplicáveis como a psicodelia chapada de "Roller Coaster", a deprimente faixa de encerramento "It Takes Time To Be A Man" e a clara sensação de que o álbum foi gravado num take só - do início ao fim - de tão tosco, preguiçoso, sem direção e mal-resolvido que é, e pronto: temos o pior disco de rock, ou dance (ou onde quer que for que o Rapture se encaixe atualmente) do mês, quiçá do ano. Bola fora, DFA.

"How Deep Is Your Love?": os Bee Gees remanescentes respiram aliviados.



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