terça-feira, 30 de setembro de 2014

Idiossincrasia Coletiva


A mais recente compilação da série Late Night Tales saiu no meio de Setembro e traz a curadoria dos escoceses do Franz Ferdinand. O ecletismo da seleção era esperado - já que inclui faixas sugeridas pelos quatro membros da banda - mas o negócio ficou tão diversificado que tem indie, funk, krautrock, northern soul, reggae, ambient e outros rótulos que só dificultam a nossa vida. A despeito da disparidade, o disco é sensacional.

Vários nomes que gostei, mas nunca tinha ouvido falar: o folk lindo de R. Stevie Moore ("I'm Only Sleeping"), a psicodelia easy listening do The West Coast Pop Art Experimental Band ("Eighteen Is Over The Hill"), o indie de vocais falados da obscuridade Life Without Buildings ("New Town") e a melhor do pacote: o impressionante soul de Carrie Cleveland, "Love Will Set You Free".



Aí, dos medalhões temos o kraut do Can, estranhamente digerível em "Connection", o groove cabeçudo de Ian Dury ("Reasons To Be Cheerful Part 3"), o funk eletrônico do Zapp ("More Bounce To The Ounce"), o reggae envenenado "Disco Devil" (do bruxo Lee "Scratch" Perry), o manifesto anti-drogas (brilhantemente musicado) "King Heroin", de James Brown e a desolação futurista do Boards Of Canada, na gélida "Reach For The Dead". Rola até Paul McCartney e Serge Gainsbourg. Não dá pra se queixar de falta de diversidade. As escolhas do Franz Ferdinand formam o melhor volume do Late Night Tales, de todos que ouvi até agora: abrangente, de bom gosto e altamente didático.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Caleidoscópio Sonoro


Dando uma olhada no cast do novo selo de dance da praça, Kaleidosphere, simpatizei com a dupla escocesa Sharfla. Seu Bitter Pill EP acabou de sair: são quatro faixas divididas entre drum'n'bass, deep house e pitadas de electro, com um verniz pop cobrindo as composições. A faixa título e "Hold This" não são lá muito animadoras - house music um tiquinho melancólicas - mas a outra metade, conduzida por beats mais versáteis ("Curious Me" e "It's The Weekend"), me faz crer que a dupla Roncey Horton (vocais) e Paul Worth pode ser um dos nomes do Kaleidosphere a emergir do oceano genérico da EDM. Dá pra dar uma geral no Beatport, vale o confere.


domingo, 28 de setembro de 2014

Read and Translate


Sem as facilidades de uma então inimaginável internet, nos 80 era complicado descobrir quem eram os alvos do discurso revoltadinho dos Sex Pistols ou se "Lucy In The Sky With Diamonds" fazia, realmente, alguma menção ao LSD. A não ser que você tivesse tido a manha de ter feito intercâmbio ou, sabe-se lá como, sacasse o suficiente de inglês pra entender o que seu artista favorito esbravejava. Pois aproveitando o momento econômico favorável (Plano Cruzado, 1986), a editora Abril achou um nicho no mercado pra uma revista com fotos e... Letras Traduzidas. Não sei exatamente até que ano ela durou - provavelmente, início dos 90 - mas tive várias edições. Curiosamente, artistas nacionais que cantavam em inglês também apareceram em suas páginas. Foi o caso da dupla technopop Tek Noir, com duas faixas de seu debut, Alternative (lançado em 1990): "Beat The Rhythm" e "Drawings Of Sorrow". Sobre as letras, nada de mais. Mas as músicas me fazem reiterar o que penso desde que ouvi o Tek Noir pela primeira vez: é, disparado, o melhor projeto synthpop que este país já viu.





sábado, 27 de setembro de 2014

Ocean Within The Bath


 Tenho um bode com o Baths simplesmente porque não sei como classificar o trabalho do mentor do projeto, Will Wiesenfeld. Não que essa aparente falta de direção seja motivo pra gostar ou não. Até porque, em seu mais recente EP, Ocean Death, Wiesenfeld continua tentando confundir seus esforçados ouvintes - o que é sempre bom sinal. Indie rock depressivo ("Voyeur") ou eletrônica torta ("Yawn"); deep house angelical ("Ocean Death") ou indie dance ("Fade White"), Ocean Death oferece, em apenas cinco faixas, mais variedade e informação que todo catálogo da Ultra Music. OK, aí é até covardia.

"Ocean Death": das profundezas.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Chanel Nº 2


Não é propriamente a volta de um dos grupos precursores da cena dance brasileira - o Que Fim Levou Robin? - já que o DJ Mauro Borges creditou para si a atualização que fez para "Aqui Não Tem Chanel", faixa extraída do debut de mesmo nome, lançado em 1991. A (já) clássica track, com algumas mudanças na letra, virou "Aqui Vende Chanel", com vídeo já rodando no Youtube e um pacote com 10 (!) remixes (feitos por gente como Ramilson Maia e DJ Mau Mau) disponíveis pra audição no Soundcloud. Segundo o texto de apresentação, uma segunda leva de remixes deve aparecer em seguida, com novas versões produzidas por Renato Lopes, Marky e outros. A versão original e a nova, estão abaixo. E se alguém puder me dizer quem é a menina que faz a Madonna no segundo vídeo, eu agradeço.

"Aqui Não Tem Chanel":



"Aqui Vende Chanel":

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Synthpoppers 2014 - Part 1


Se o synthpop - musicalmente - é um beco sem saída, o que fazer? Relaxar. Sem evolução à vista, o que resta é apreciar algumas coisas interessantes que pingam aqui e li. O canto do cisne do gênero aconteceu no longínquo 1990 (Violator, Depeche Mode) e de lá pra cá pouca coisa realmente memorável foi lançada. No geral, são tentativas de pegar o bastão onde o Depeche largou, fusões de gosto duvidoso (essa história de chillwave não me convenceu até hoje) ou mero pastiche oitentista. Esqueçamos princípios como originalidade e criatividade. Abaixo, três nomes pros fãs roxos de technopop ficarem de olho.

A dupla norueguesa Electro Spectre acaba de soltar seu terceiro álbum, Bullets & Desert Blooms e a opção dos escandinavos é na linha empolada de Alphaville e Camouflage, o que não os afasta da tag futurepop e significa dizer que as composições oscilam entre o romântico e o banal, com vocais dramáticos e sintetizadores apocalípticos. Em Bullets & Desert Blooms, pelo menos uma ótima canção, "You Push For The World":





O compositor e produtor de Nova Jersey, Jim Smith, responde pelo Teeel, projeto synthpop que já está no terceiro disco, Hydrostatic. Usando baixo de verdade e guitarrinhas intrusas (no sentido Barney Sumner do termo) que aparecem de vez em quando, sua proposta é mais dançante a despeito de ser o mais "orgânico" dos artistas vistos nesse post. "Disk Go" é uma boa pedida, mas conheça o som do cara a partir de "Imperial", que a boa impressão pode te levar a ouvir o resto do disco:




A esquisitona dupla nova-iorquina Xeno & Oaklande, coincidentemente, também acaba de lançar seu terceiro álbum, Par Avion. A coisa aqui é algo como "o mundo acabou em 1982" - dos timbres usados às baterias datadas e, principalmente, por causa do vocalista Sean McBride, que canta igualzinho a Andy McCluskey, do OMD. Certas faixas soam risíveis, mesmo se tratando de uma ambientação totalmente retrô ("Nuage d'Ivoire"), mas o duo tem lá seus momentos, como na boa "Sheen" (essa com vocais da franco-norueguesa Liz Wendelbo):

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sexta Feira Bagaceira: The Maxx


Musicalmente, "Techno Time" não tinha muito ver com cena de Detroit. Lançada em 1989 pela dupla belga The Maxx (do hit "Cocaine"), a faixa empresta os teclados de "Good Life" do Inner City e trechos de um dos a capella mais sampleados da história da dance: o discurso inflamado de Chuck Roberts sobre a house music no single "My House", gravado pelo Rhythm Controll, em 1987. 

Vendida como new beat, essa linha de baixo transistorizado e a profusão de efeitos gerados na genial maquininha TB-303 - aliados ao vocoder robótico repetindo "It's techno time!" - a credenciam muito mais à panelinha acid house. Ou, vai ver, eles tinham razão: é tudo techno, mesmo.

"Techno Time": EDM old school.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

No Deeper Meaning


Depois de um bom álbum lançado ano passado (What I Do), o DJ e produtor alemão Ian Pooley volta pro mercado com um single digno de nota. Floris EP traz dois números de tech house sem muitos adornos, mas ambas as faixas ("Floris" e "The Beginning") compensam a ausência de vocais com baixos minimalistas (em "Floris") e bumbos retinhos movendo-se harmoniosamente com os hi-hats. Notas estendidas de sintetizador são disparadas lentamente ao fundo, o que reforça a paleta monocromática das duas faixas. No meio da pasmaceira que virou o gênero, Pooley respira.

"Floris": profundidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Tirando os Pés do Chão


A paixão de Sam Shepherd pelo jazz fica bem clara no seu single mais recente, King Bromeliad. Ritmicamente, a bateria da faixa título fala por si só. A estrutura montada a partir de um esqueleto onde quase de improviso Shepherd vai adicionando os elementos e deixando cada um levantar voo e pairar magnificamente por alguns momentos, também evidencia o nome do projeto do jovem britânico: Floating Points. A longa faixa no lado B, "Montparnasse", tira a música da simplicidade do 4x4 suarento e a leva para lugares bem mais interessantes, como alguns cantos do seu cérebro visitados com menos regularidade.

"King Bromeliad": um rolê pelo jazz houseificado.

sábado, 13 de setembro de 2014

Mais Com Mais Dá Mais


Mais sangue mais suor mais quadris mexendo mais pés em movimento mais sorrisos na cara mais pista cheia (e menos samplers). Assim o duo porto-alegrense Paradizzle vem com seu novo single "Até o Sol Raiar": um groove robusto recortado por escovadas manhosas de guitarra e a adição do rap de Big MC Tchê e vocais e talkbox de Tonho Crocco (Ultramen). Uma delícia de música, disponível pra audição e download no Soundcloud. Não perca.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Maré Baixa


Onde foi parar a banda que germinou hits inesquecíveis como "Hearts on Fire", "Lights & Music" e "Far Away"? Não tenho a resposta, mas aquele Cut Copy de reconhecido talento pop sumiu a partir do terceiro disco, Zonoscope (2011). O chato Free Your Mind, lançado ano passado, só confirmou a maré baixa. Bom, os australianos não estão em aí. No final da turnê de Free Your Mind (o grupo tem datas que incluem México e Estados Unidos, até Novembro), aproveitaram pra presentear os fãs com um remix de "Meet Me in a House of Love", uma das faixas do mais recente álbum. O trabalho, definitivamente insano (não no sentido do elogio), é da dupla americana The Miracles Club e, devo alertar, não salva a música.

"Meet Me In A House Of Love (The Miracles Club Remix)": palmas irônicas.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Segunda Chamada

É muita gente querendo sua atenção. É um bombardeio de links, uma avalanche de streams. São juras de gratidão eterna e promessa daquela bonus track exclusiva, se você depositar seu suado dinheirinho numa pré-venda do álbum prestes a ser lançado - mesmo que ele já esteja disponível na rede há semanas. Mal aê, não consigo acompanhar.


Nessa onda, nem fiquei sabendo do mais recente projeto do veterano DJ e produtor britânico Justin Robertson, bastante familiar às pistas de dança pelos singles lançados como Lionrock, nos anos 90. Em 2009, ele apareceu com esse The Deadstock 33s e lançou alguns singles e EPs, até chegar em The Pilgrim's Ghost, álbum que foi pro mercado em Março do ano passado, pela gravadora alemã Gomma Records. Só fui ouvir essa semana e, não para minha surpresa, o disco é bom. Robertson manja do campinho. É um cruzamento interessante de house, electro e rock, mantém uma distância segura do pop, ao mesmo tempo em que abraça o alternativo com certa desconfiança. Em outras palavras, é bem dosado. Desconfio que, infelizmente, não teve muita gente interessada - porque a Gomma está organizando uma coletânea que vai se chamar, aparentemente, Pop Futuro (agendada pra Novembro). Nela, novidades do cast da gravadora (Moullinex entre elas) e artistas que já apareceram vez ou outra por lá (Hot Chip, por exemplo). Além disso, a Gomma dá uma segunda chance para "Underneath The Pines", a melhor faixa do Deadstock 33s. Eletrônica, altamente dançável e esquisitinha na medida certa (o suficiente pra não afugentar os clubbers da pista), "Underneath The Pines" tem uma linha de baixo sintético viciante e vocais sussurrados com uma certa perversão. Quem sabe Justin Robertson consegue chamar atenção, desta vez?

"Underneath The Pines": tão esquisita quanto o vídeo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

I Can't Dance Without You


Ótimo remix pra uma das músicas do ano. "Can't Do Without You", do Caribou, remisturado pelo irlandês Mano Le Tough, mais os italianos do Tale of Us. Crédito ao sempre antenado Thiago Giardini pela dica.

sábado, 6 de setembro de 2014

Muito Além da Dance Music


Você que diz que dance music é tudo igual, tenho certeza que nunca ouviu Caribou. Se ouviu e continua dizendo, esquece. Volta pro Swedish House Mafia e vai ser feliz.

A conversa aqui é outra. Daniel Snaith passa a milhares de quilômetros da eletrônica farofeira e de profundo mau gosto de Avicii, Tiësto e essa gentalha toda, mais preocupada com suas mansões em Palm Beach do que com o timbre do sintetizador que vão escolher no estúdio.


Eis que Dan Snaith depara-se com a difícil missão de gravar o álbum seguinte ao espetacular Swim (2010) e ele reaparece com mais um trabalho de cair o queixo. Depois da animadora "Can't Do Without You" (que saiu em Junho), Our Love (lançamento oficial dia 07 de Outubro) impressiona. Reafirma que o talento do canadense é superlativo. Sua produção é detalhista, engenhosa. Fico tentando imaginar o processo de criação de Snaith. Quanto tempo até achar um som de caixa como o de "Silver"? Quantas noites procurando o grave poderoso, redondo e macio de "All I Eved Need"?



Ouvir "Our Love" (a música) num (bom) fone de ouvido é uma experiência e tanto, a riqueza instrumental salta aos ouvidos. E também porque seria um desperdício deixar escapar qualquer detalhe de uma composição tão bem tramada. Ela não precisa mais do que as primeiras descargas do baixo gravíssimo e dos vocais particularíssimos de Snaith pra chamar atenção, mas aos trinta segundos, o bumbo ganha vida própria e quando chega ao primeiro minuto, entram os hi-hats faiscantes de uma comportada faixa dance. Samples vocais no segundo plano, cordas que aparecem do nada... as surpresas vão se sucedendo até o break estratégico na metade do caminho para que uma linha de baixo totalmente nova seja providenciada e "Our Love" transforma-se então numa house mastodôntica, um 4x4 de chimbau oscilante apoiada por uma avalanche de efeitos. Preste atenção, é uma das músicas do ano.



Snaith explora à exaustão as baixas frequências, seja no downtempo de vocais picotados de "Dive", na alucinação techno de "Julia Brightly" ou na admirável complexidade instrumental de "Your Love Will Set You Free". Os arranjos vocais são outro caso à parte. Note a fantástica sobreposição de vozes em "Your Love Will Set You Free", a limpidez da misteriosa cantora de voz terna em "Second Chance" ou ainda o eco celestial no próprio falsete de Snaith, que faz "Back Home" triplicar a carga emocional.



Our Love
- digo desde já - vai ser difícil de ser batido esse ano. É variado, acessível e inventivo. Reitera Daniel Snaith como um dos produtores mais importantes de eletrônica dos últimos tempos, dá uma surra de criatividade na vexatória EDM atual e prova que ainda é possível fazer música sintética de inquestionável qualidade, sem apelar pro passado e sem abdicar de ousadia e originalidade. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sexta Feira Bagaceira: Skuba


Sim, o Brasil já teve boas bandas de ska. E não falo das tentativas oitentistas de Paralamas do Sucesso e Engenheiros do Hawaii (o do primeiro disco). Me refiro aos anos 90, quando a onda bateu forte num movimento que gerou nomes bacanas como Skamoondongos e os curitibanos do Skuba. Esta última, lar da mente irrequieta de Sérgio Soffiatti - que vinha do projeto anterior Sr. Banana, conhecido pelo hit "Ritmo da Chuva" (1995), um cover em ritmo de reggae do cantor Demétrius (1964), que por sua vez era uma versão de "Rhythm Of the Rain", do Cascades (1962). O Skuba chegou a ter hits em alta rotação nas rádios e MTV: "Drugs" (do segundo álbum, À Moda Antiga, de 1999) e "Não Existe Mulher Feia", do bom debut Churraskada (1997). Com a letra de apelo popular forte e uma empolgante levada de metais, "Não Existe Mulher Feia" foi, talvez, o maior hit desse (curto) período em que o ska balançava as tranças da molecada Brasil afora. Irresistível.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Custom Music


Tá lá no site da Vinyl Factory: "Originalmente encomendado pelo Beaux Arts Palais de Lille para o projeto Museu Aberto, que acontece neste verão, Music for Museum é o primeiro disco do Air desde 2012. É também a primeira trilha sonora de um museu."  


E é isso. Feito sob encomenda (a tiragem é de mil cópias em vinil, sem lançamento digital), fico em dúvida em considerar Music for Museum um álbum, como se diz, de carreira. A certeza que tenho é de que este é um momento menor na discografia de Jean-Benoît Dunckel e Nicolas Godin. A explicação é simples: pra quem, como eu, não tiver o prazer de presenciar a experiência audiovisual proposta pelo museu, ouvir tão somente o disco pode soar insípido. A sonoridade lânguida e a placidez atmosférica perpetrada pela dupla não me envolveu - nem me deixou inebriado, como sugere a apresentação da Vinyl Factory. São faixas longas e fluidas, com ausência quase total de batidas e timbres etéreos ("Reverse Bubble", "Angel Palace"). O disco vai assim até a quarta faixa, e somente na seguinte, "Art Tatoo", quando ameaça despertar com uma profusão de arpejos de sintetizador, a ideia esgota-se em sua própria extensão: quinze cansativos minutos. De interessante, o clima sci-fi de "Octogum", as formas circulares de "Vulcano Kiss" e os reversos assustadores de "North Cloud". Haverá, com certeza, ouvintes muito mais atentos às qualidades do projeto, mas confesso não ter essa sensibilidade toda. Não que seja elitista, mas Music for Museum é um disco para poucos.

"Land Me":