quinta-feira, 29 de março de 2012

Música da Semana: "Kangaroo Court", do Capital Cities



Single novinho do Capital Cities (saiu anteontem)! Se uns meses atrás eu já achava que a dupla de Los Angeles lembrava demais as bandas eletrônicas australianas contemporâneas, agora com uma música chamada "Kangaroo Court" então... Assim como "Safe And Sound" lançada ano passado, "Kangaroo Court" traz de novo um electro-pop munido de um refrão que já vem com um sorriso estampado na cara e mais daquele trompete matador. Melhor música da semana, fácil.


"Kangaroo Court": quando a soma de "pop" e "sintetizador" não dá besteira.

Kangaroo Court by Capital Cities

Na Pista



Maravilha o novo EP do músico, DJ e produtor londrino Alex Metric. Ammunition EP tem três faixas bem distintas: a metralhadora de beats com o refrão-gancho chamando pra pista em "Rave Weapon", os strings percussivos intermediando a levada techno de "Epichords" e a disco grooveada cheia de vocoders e solinhos de guitarra de "Anybody Else". Como é que um cara com uma carreira tão curta (está na ativa desde 2008) já trabalhou com gente do primeiro escalão (La Roux, Gorillaz, U2, Depeche Mode e Beastie Boys, pra citar alguns) e aparece com faixas cada vez melhores? Dá pra explicar com uma palavra: talento.

"Rave Weapon": tijolada rítmica.

domingo, 25 de março de 2012

Peter Pan de Saia


Madonna Louise Ciccone, 53 anos. Grande mulher de negócios. Ela é "a" artista pop. No topo há anos, se reinventa de tempos em tempos. Balela, não? Isso todo mundo sabe. E bom, ela não quer perder o bonde. Pra isso, mais uma vez, Madonna recrutou um batalhão de produtores pro seu disco lançado essa semana, MDNA. Olhando na ficha técnica do álbum, são 12. Se contar todo mundo envolvido de alguma maneira nesse disco (músicos, arranjadores, compositores, cantores, engenheiros de som), são perto de 120 nos créditos (!). E até pra um observador superficial, fica fácil perceber que não existe a "assinatura" Madonna no seu som - fora o timbre vocal - e até aí, é absolutamente normal. A música é o que o cara que apertar os botões da mesa do estúdio definir, mas claro que ela tem controle absoluto sobre tudo. Sabe quem quer atingir, e como fazer pra tudo dar certo. Sempre foi assim, ela sempre se cercou do melhor em sua época: Nile Rodgers em Like A Virgin, Babyface em Bedtime Stories, Stuart Price em Confessions on a Dance Floor, Timbaland e The Neptunes em Hard Candy... a nata. É justo dizer também que gente nova e talentosa sempre tem lugar nas suas produções. Pra mim, o francês Mirwais Ahmadzaï (Music e American Life) é sua melhor descoberta. Então, em MDNA, o time de produtores reflete sintomaticamente o que é o disco: dance-pop urgente e volátil, exatamente como a obra do pessoal envolvido no projeto. Não tem um tiquinho de audácia, de novidade... talvez a coisa mais ousada no disco foi ter chamado uma faixa de "I Fucked Up", o que deve ter garantido o carimbo de "Parental Advisory" na capa. OK, eu não esperava uma obra conceitual, uma aventura à la Björk, mas inventar um grito de guerra de cheerleaders e transformar isso em refrão como o do primeiro single "Give Me All Your Luvin'" (que ainda tem um trecho rapeado com toda a verborragia histérica de Nicki Minaj) ou não conseguir pensar em nada melhor do que "Ooh la la you're my superstar / Ooh la la love the way that you are" ("Superstar") é preocupante numa arte que depende demais desse trecho ganchudo da canção. Na segunda faixa escolhida como single, "Girl Gone Wild" (com sample de um trecho falado da letra de "Act of Contrition" de Like A Prayer) fica claro que o italiano Benny Benassi se intimidou ante Madonna e colocou terno e gravata num electro-house convencional que lembra muito o single "Get Together" de 2006. Em "I'm Addicted", Benassi arrisca um pouco mais nas timbragens ácidas dos synths e em "Best Friend" se dá melhor ainda com as baixas frequências num R&B modernoso. Já o francês Martin Solveig fez de "Turn Up The Radio" exatamente o que se esperava: o mesmo eurodance chiclete de seu trabalho autoral. Não que eurodance seja ruim, já que na boa "Beautiful Killer" ele acerta a mão com uma guitarrinha pegajosa e um arranjo sintético de cordas muito bem feito. É uma das melhores do disco (e só está nas bonus tracks da versão Deluxe). Quem não chega a comprometer é o veterano William Orbit, que participa em metade das faixas. Com sua finesse folk-eletrônica ele refina canções como "Love Spent" e "Falling Free" com detalhes acústicos e andamentos inusuais. E para os fãs mais xiitas, temo que a balada "Masterpiece" (composta para o filme W.E., dirigido por Madonna) seja uma das poucas absolvições frente aos muitos pecados de MDNA. Depois de ouvir o disco, fiquei pensando que não tenho certeza sobre qual meu álbum favorito de Madonna. Talvez Bedtime Stories, talvez Confessions on a Dance Floor. Mas o que menos gosto eu já sei qual é.

"Give Me All Your Luvin'": imagina acordar com a Nicki Minaj gritando no seu ouvido.

sábado, 24 de março de 2012

Macy, The Great


Macy Gray apareceu pro mundo em 1999, com o hitaço "I Try". Era a voz certa na hora certa: safada, quente, semi-rouca. O single impulsionou o debut da cantora (On How Life Is) para dígitos acima de seis zeros e da noite pro dia Macy Gray estava incluída no primeiro escalão do neo-soul. Dali pra frente ela começa a atuar em filmes e seriados - enquanto a presença nas paradas vai rareando - e já em 2004 apareceu um Greatest Hits na curta carreira. De gravadora nova, um álbum de covers em 2012 parece uma saída meio fácil pra dar uma sacudida, mas Covered é um belo trabalho. É um disco de intérprete, não de simples transposição de temas à voz de Gray. Com arranjos completamente diferentes dos originais, Covered abre com uma versão doída de "Here Comes The Rain Again", do Eurythmics. A melancolia do technopop da dupla Lennox/Stewart ainda está ali, mas Gray transforma o que era dançante numa canção lenta, densa, com arranjo de cordas sintetizadas arrepiante. Curioso como a ironia em estado febril do Thom Yorke de "Creep" (Radiohead) e o "dont't give a fuck" do Metallica de "Nothing Else Matters" fazem todo sentido juntas na voz de Macy Gray - que ainda melhora o docinho pop de Colbie Caillet ("Bubbly"), satiriza a apatia da geração Y com uma canção do My Chemical Romance ("Teenagers") e encerra esperançosa com "Wake Up" do Arcade Fire. Bola pra frente, Macy.

"Here Comes The Rain Again": nucas arrepiadas à vista.
 

Dista de Pança

Push the button!
 Com Truise, Joy Orbison e agora Mord Fustang. A brincadeira ameaça ficar sem graça, mas toma lá mais um projeto com joguinho de palavras no nome. Nem sei seu nome real, mas até que o trocadilho é justificável se descobríssemos que esse guri de 21 anos se chama Olev Jaagup, a julgar pela sua origem estoniana. Talvez fosse arriscado comercialmente, vai saber.
 
 
O importante é que acabou de sair um EP jóia dele. Welcome To The Future tem quatro faixas de house bem nervosa, com synths saturados como power chords de heavy metal que lembram o perigoso entroncamento maximal em que a dance music esteve metida um tempo atrás. Esses timbres distorcidos aparecem em todas as faixas, mas encaixam-se bem às bases vigorosas de bateria e basslines gordos montados por Mord. Na audição pode até rolar um déjà vu referente ao Justice, por exemplo, mas é apenas uma vaga referência, nada que configure plágio. Fustang recorta os vocais ("Super Fever") e processa os efeitos direitinho, empilhando camadas de som sem deixar o pique cair. Quatro dance tracks em (alto) nível de igualdade.

"Windwaker": acelera, Fustang!
 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Na Pista


A dupla Seamus Haji e Cevin Fisher usou a melodia do refrão de "Ai No Corrida" (hit na versão do mestre Quincy Jones) no meio de uma base meio manjada e resolveu rebatizá-la como "I Love The Music". O resultado é essa house no limite do bom gosto aí abaixo, algo entre Freemasons e Fragma.

"I Love The Music": era só chamar de "Ai No Corrida' 2012".

terça-feira, 20 de março de 2012

Alma Funk



Charlie "Cnyce" Levine e Eli "Elyte" Goldstein tem o boogie no sangue. Prova disso é EFUNK, recém-lançado debut da dupla de Boston . 


Pensou em "Electronic Funk", hã? Pois é, eu também. E se fosse esse o significado, tudo bem, já que tem muito de electro oitentista ("Let It Go") e Miami Bass ("Trouble Trouble Trouble") no disco. Mas, segundo o duo, EFUNK quer dizer  "Everybody's Freaky Under Nature's Kingdom". Beleza, porque o clima aqui é de festerê regado a George Clinton, 2 In A Room, soul de plástico ("Ecstacy" e a ótima "Take It Slow"), freestyle, Roland TR-808, música latina ("Clapping Song") e house ("Need Your Lovin"). Recomendo que você diminua a intensidade dos graves antes de ouvir os baixos cabulosos de "Lets Groove On" e "Islands In Space Part 1", são os dois momentos do álbum onde as baixas frequências ficam doidinhas pra estourar seus alto-falantes. Apesar de rolar uma vibe "Cantaloupe Island" na inspirada "Islands In Space Part 2", o foco de EFUNK é heroicamente mantido na pista de dança com a competente requentada sonora do Soul Clap (a releitura do clássico electro de 1986 "The Alezby Inn" do produtor Egyptian Lover é um bom exemplo). Bela estréia.

domingo, 18 de março de 2012

Viagem ao Fundo do Ego


Eu desconfio de qualquer coisa que receber o rótulo IDM. Ainda não vi essa tag destinada ao Floating Points, mas imagino os dedos de gente que escreve sobre o projeto do britânico Samuel Shepherd coçando pra classificar assim o trabalho do cara.


OK, aqui a gente encontra experimentalismo, beats desengonçados e timbragens incomuns, mas dance music? Não. Seu EP mais recente (Shadows) não encontra paridade com bandas como Autechre, mas também não ficaria tão deslocado assim se estivesse na mesma prateleira. O que temos nas cinco faixas são longas trips instrumentais onde há um esqueleto por vezes linear como em "ARP3", onde a base garage pavimenta o caminho para o piano elétrico Fender Rhodes duelar com a linha de baixo durante os nove minutos da canção. Quando a polirritmia é que rege a estrutura, Shepherd causa uma espécie de desonrientação temporária com as baterias estilhaçando o andamento de "Realise" e "Obfuse". Jazzístico e delicado, Shadows já se pagaria só com duas faixas: "Myrtle Avenue" e "Sais" são dois exemplos de bom gosto na escolha dos timbres e talento para juntar eletrônica e experimentação num formato anti-pop na duração, mas perfeitamente digerível para simples amantes da música eletrônica.

"ARP3": o nome é ARP, mas pode chamar de Fender Rhodes.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Contrariando as Expectativas


"Reggae é a música mais racista que existe. É uma glorificação total da supremacia negra".

"Sempre adorei reggae. Em 1984, eu disse, brincando, a um jornal musical britânico que 'o reggae é nojento'. Eles me levaram a sério, e essa afirmação está por aí até hoje."

As duas frases acima são de um tal de Stephen Patrick Morrissey, que esteve a pouco no Brasil para uma mini-tour de três shows. A segunda eu li numa entrevista concedida pelo "maior inglês vivo" ao jornal O Globo e a primeira eu juro que foi em alguma revista (provavelmente a Bizz) no final dos 80 ou começo dos 90, não lembro. Bom, não que Morrissey tenha algo a ver com esse disco aí abaixo, mas achei o link interessante, já que vou falar de um ótimo lançamento do gênero.


 Acontece que quando a gente acha que não dá mais, surge um cara como Konshens e recoloca o dancehall nos trilhos. E olha que o jamaicano Garfield Spence começou ontem: grava desde 2005 e Mental Maintenance já é seu terceiro álbum. Aqui há todos os elementos que fazem desse estilo cibernetizado de reggae ser tão legal de ouvir. São os quase onipresentes violões de levadas preguiçosas conduzindo o discurso ("World Citizen", "Represent"), são refrãos feitos na medida para as radiolas de São Luis ("Last Drink", "The Realest" - com participação do veterano Bounty Killer), são linhas de baixo que honram a tradição shakespeareana do gênero ("Homewrecker", "No More Tears") e Jah seja louvado, tem lindas levadas tradicionais com metais ("Only Jah"), guitarras e teclados fundindo-se ao dub ("Leave Your Side") e hits em potencial que - num mundo musicalmente descente - nasceram para estourar, como "Simple Song". Eu não ouvia nada tão bacana no estilo desde Collie Buddz - e lá se vai mais de um ano. Salve, Konshens.

"Simple Song": vídeo tão bom quanto a música.
   

terça-feira, 13 de março de 2012

Dupla Dinâmica



Comecei a desconfiar que aquela história de "dois gênios não cabem na mesma lâmpada" pode ser verdadeira depois de ouvir Ssss, o álbum que marca a volta da parceria entre Vince Clarke e Martin Gore com o projeto criativamente chamado de VCMG. Erasure e Depeche Mode tomaram caminhos bem distintos em suas respectivas trajetórias, mas era de se esperar que pouca coisa da sonoridade das duas bandas respingasse nesse trabalho. E assim foi. Ssss é um álbum techno, minimalista, frio e que se auto-explica em todo seu distanciamento a partir do momento em que se descobre que Clarke e Gore o compuseram trocando e-mails. 


Vince há tempos perdeu aquela vibe disco/cabaré que pontuava alguns de seus hits mais famosos ("Love To Hate You", "Drama", "Stop!") e a falta de comunicação com a pista faz diferença na hora de produzir música pra ela. Isso talvez explique o fato da dupla optar por um disco de minimal techno com um delay de pelo menos oito anos pós-estouro do gênero. Ssss é duro de cintura e despreza a melodia em favor de beats ininterruptos, faixas longas, efeitos e repetição. Honestamente, eu esperava que a colisão entre Martin e Vince trinta anos depois do afastamente musical de ambos rendesse algo mais mundano - onde alguns dos temas preferidos de Gore (luxúria, amor, relações, pecado) estivessem inseridos de alguma forma numa música capaz de instigar os quadris e a libido - tudo sustentado pelas mãos pacientes e pelo cérebro analógico de Clarke ("_ Não tenho muita habilidade para teclados... tenho que apertar uma tecla de cada vez", disse ele no começo dos 90). Acho que não foi bem isso que aconteceu, porque Ssss não é a minha idéia de música ideal para animar uma noite com sorrisos no rosto e diversão sem fim, mesmo que o disco coubesse no catálogo da Kompakt.

"Spock": fogo brando para as pistas.

Agora Vai


Senhoras e senhores, a bomba: eu detesto Hot Chip. É sério. Não vejo a menor graça nas eletronices inofensivas da banda inglesa. A crítica se molha pro quinteto, eles tem o respeito de clubbers e da fauna indie e até que não se saem tão mal nas charts... mas nunca simpatizei, fazer o quê? Aqueles vocais anasalados de Alexis Taylor e Joe Goddard, aquelas caras de professores de Biologia, aquela falta de tesão nas dance tracks...sei lá. Bom, enfim. Problema meu. Acontece que Joe Goddard se redimiu comigo e talvez com a pequena parcela de fãs de dance music que não curtem o Hot Chip com esse projeto em parceria com o DJ Raf Rundell, chamado The 2 Bears.   


Be Strong saiu no começo desse ano. É house alto-astral de ritmos e texturas bem pensados: sente os graves e as cordas sensacionais de "Be Strong" ou o sacolejo popíssimo de "Work". É esquisitinho sem assustar muito em "Time In Mind" (que lembra o KLF de "Justified & Ancient" com sua steel guitar serpenteando no meio da batida ragga) e "Church" (misturinha de eletrônica com côro infantil, órgão e percussão afro-caribenha). "Get Together" talvez seja a faixa que guarde mais semelhança com os trabalhos do Hot Chip, onde o ritmo é engrenado com precisão matemática e os teclados são comportados. Joe Goddard só ameaça estragar tudo com sua voz em duas ocasiões: ele quebra o clima safado de "Bear Hug" com um refrão pouco inspirado, mas só consegue soar fora do lugar mesmo em "Warm & Easy". Ainda bem.   

"Be Strong": house bass music.

domingo, 11 de março de 2012

Quando o Synth Não é Tão Pop

Pra você - fã ardoroso de tecnopop - que não está nem aí para noções como criatividade e inventividade, tenho duas sugestões que podem te interessar:

The New Division


Com esse nome, não preciso nem dizer quais as duas maiores influências da banda de Los Angeles. Lançaram no final do ano passado o razoável Shadows, que no final das contas lembra um The Killers um tiquinho mais eletrônico. Mesmo assim, o quarteto empilha boas camadas de teclados e vocais esforçados nas 14 faixas do álbum:

The New Division - Shadows (Album Sampler) by ProgressProductions

Trust


Duo canadense formado por Robert Alfons e Maya Postepski. Acabaram de debutar com o álbum TRST, 11 canções synthpop com temperatura abaixo de zero. Tem desde aquele clássico "dugu-dugu-dugu" do baixo sintético ("Dressed For Space") até os vocais perturbadoramente distantes de Alfons ("The Last Dregs"), passando por bleeps analógicos ("Gloryhole") e composições realmente boas ("Sulk"). Ouça, numa dessas pode surpreender:

quinta-feira, 1 de março de 2012

Sem Selo

Volte 23 anos no tempo nesse vídeo gravado numa danceteria de Liverpool pra presenciar a house brucutu, ainda instrumental e em estado embrionário do que viria a se tornar o mega hit "Killer" de Adamski. Com adição de letra e voz de Seal, o single chegou a número 1 na Inglaterra em Maio de 1990 (lá ficando por mais de quatro semanas) e vendeu mais de 400 mil cópias. Ainda bem que pra versão com vocais, Adam Tinley não mudou uma só nota desse bassline simplesmente inacreditável. Juro por Deus que fico arrepiado cada vez que ouço a molecada gritar com qualquer martelada nos synths de Adamski.

"Killer": melhor sem os vocais de Seal.

Reckless (With Your Music)

Um cabeleireiro urgente pro Azari & III.
Ano passado eu ouvi uma e outra coisa do Azari & III e nada me pareceu tão empolgante a ponto de me fazer levantar do sofá pra dançar. Achei tudo tão descaradamente transportado de algum lugar do começo dos 90 direto pra 2011 que perdi o interesse rapidamente. Nada de inovador pra receber alguma tag como "nu-house" ou algo assim.


O single mais recente dos canadenses (dois produtores, dois vocalistas) me fez, de novo, prestar atenção no quarteto. "Reckless (With Your Love)" é exatamente como descrito acima: parece um hit de pista que em 1992 atravessou a sacolejante parada Hot Club Play da Billboard e foi parar num honroso 42º lugar do Top 100, com boa execução nas rádios e alta rotação na faixa pop da MTV. Bom, parece isso. Mas algo aqui me pegou de jeito. Talvez esses teclados tão bem colocados (note o som de órgão do riff que se repete ad infinitum), o refrão, a programação esperta de bateria, os pianos, os excelentes vocais. É um mistério, mas a música é ótima.

"Reckless (With Your Love)": house antropofágica.